O advogado Rodrigo Tacla Duran, operador financeiro da Odebrecht
entre 2011 e 2016, afirmou que o ex-procurador Marcello Miller propôs
que ele gravasse uma reunião com outros advogados da empreiteira. À
época, Tacla Duran tentava firmar um acordo de delação com o Ministério
Público – a colaboração, no entanto, não foi aceita. O operador da
Odebrecht é acusado pelo crime de lavagem de dinheiro e teve a prisão
decretada pelo juiz Sergio Moro. Com dupla cidadania, o advogado escapou
das sanções brasileiras e asilou-se na Espanha.
A sugestão de Marcello Miller, nas palavras do advogado, aconteceu
durante uma reunião entre ele e outros procuradores em Curitiba. Apesar
de atuar nas investigações da Operação Lava-Jato em Brasília, Miller
participou do encontro na capital paranaense por haver o interesse em
informações relativas a pessoas com foro privilegiado. O procurador
Sérgio Bruno, também de Brasília, é outro que teria participado.
“Entre uma reunião e outra com a Procuradoria eu havia sido chamado
para uma reunião com advogados da Odebrecht. Para que não houvesse
nenhuma dúvida do meu espírito leal de querer colaborar, eu comentei que
havia sido convocado a uma reunião. Eles deixaram claro que tinham
interesse em saber o teor e o conteúdo da reunião. O Marcello Miller
falou para gravar [a reunião com advogados]. Mas eu falei: ‘É reunião de
advogados, doutor’. O Sergio Bruno foi contra. Ele falou: ‘Não, você
vai lá e conta depois’”, contou Tacla Duran.

Miller.
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