O Diretório Estadual do PT/RN, reunido de forma ordinária, em 09 de
dezembro de 2017, na cidade de Natal-RN, aprovou a seguinte resolução:
“O RN atravessa uma grave crise, aprofundada pelo modelo de gestão
praticado pelo atual Governador e sentida principalmente pela sua
população pobre, pelos jovens e negros/as, além de setores
representativos do Estado, como os servidores públicos. Em resposta à
atual conjuntura, o Governo se exime da sua responsabilidade relacionada
a esses segmentos e impõe medidas que beneficiam exclusivamente
pequenos grupos já privilegiados;
Enquanto outros estados do Nordeste experimentaram, em algum momento,
a eleição de governos populares, de caráter renovador e até o avanço da
esquerda, a política do Rio Grande do Norte se confunde até hoje com a
história do coronelismo oligárquico;
Apesar do esforço realizado pelo PT-RN nas eleições de 2014 no
sentido de construir uma alternativa mediada, frente à força política de
oligarquias tradicionais que se revezam no Poder há décadas, o atual
governador traiu o programa que o elegeu, reproduzindo o mesmo modelo
conservador e elitista de gestão dos que o antecederam;
O Rio Grande do Norte não pode continuar aprisionado à lógica desses
grupos tradicionais e/ou oligárquicos, que vivem uma crise profunda,
imersos em denúncias e investigações por corrupção;
Nesse contexto, o PT/RN, que tem exercido nas suas diversas frentes
de atuação um papel destacado na defesa dos direitos dos segmentos com
os quais dialoga historicamente, deve ter o pleito eleitoral de 2018
como central para o próximo período, seja no sentido de massificar o seu
trabalho de base, denunciando de forma contundente as consequências
perversas do golpe sobre a classe trabalhadora, seja na perspectiva de
apresentar ao RN uma alternativa programática que rompa com o modelo
oligarca e elitista prevalecente até então.
Devemos continuar acumulando forças para a disputa eleitoral de 2018.
A recente exposição dos grupos tradicionais e familiares da política
estadual indica para as próximas eleições um cenário favorável a
mudanças, que tanto podem ser de avanço popular, quanto de surgimento de
outras elites tão ou mais conservadoras e perigosas quanto os grupos
oligárquicos, com os quais compartilha um objetivo comum: a manutenção
de privilégios. Dentre estes estão os defensores da anti-política, com
discursos moralistas e práticas fascistas;
O Partido dos Trabalhadores, com a realização dos seminários “O PT
pensa o RN rumo a 2018”, iniciou o diálogo em todas as regiões em torno
de um projeto para o Estado que considere suas deficiências e
potencialidades e que aponte soluções, a médio e longo prazo,
correspondentes à enorme expectativa que a população tem de um possível
governo do PT. A etapa seguinte será de aprofundamento do debate
programático, com discussões temáticas, e deverá agregar a esse esforço
os setores mais avançados da sociedade, como a academia e,
principalmente, os movimentos sociais. É preciso apresentar à sociedade
um projeto para o Estado composto de alternativas reais aos desafios
colocados;
O PT-RN reafirma disposição aprovada em seu último Congresso de
apresentar candidatura própria ao Governo do Estado, devendo, para
tanto, protagonizar a construção de uma aliança popular e democrática
despontará como alternativa às forças políticas historicamente
hegemônicas no estado;
As definições sobre alianças deverão, ainda, ter como norte o projeto
nacional do partido, nossa prioridade absoluta. As deliberações do
PT/RN serão construídas sempre em parceria com o Diretório Nacional do
Partido, no sentido de inserir o RN no projeto nacional, mantendo um
diálogo que evite desencontros da tática estabelecida para a disputa
nacional com a realidade local;
No tocante às chapas proporcionais, tendo em vista que a disputa para
o Congresso Nacional se reveste de fundamental importância,
principalmente por se tratar da formação da base parlamentar que dará
sustentação ao futuro governo do presidente Lula, o PT-RN constituirá
uma tática eleitoral que nos aproxime da viabilidade, no mínimo, da
retomada da vaga anteriormente ocupada na Câmara Federal e da composição
de uma chapa competitiva na disputa ao Senado;
Da mesma forma, é essencial que o PT trabalhe para eleger uma bancada
de deputados(as) estaduais que dê sustentação ao futuro governo petista
na Assembleia Legislativa do RN;
Se referenciando na experiência exitosa das eleições de 2002, o PT
trabalhará a formação de chapas proporcionais (estadual e federal)
aliando representações municipais e regionais, segmentos sociais e
étnicos e renovação geracional, prioridade que deve envolver as
instâncias partidárias em todos os níveis. Isso dará ao PT as condições
objetivas de eleição da maior representação parlamentar da história do
PT/RN;
O PT-RN conduzirá esse processo sempre buscando oportunizar espaços
de diálogo e consulta à sua militância, que se destaca como um dos
principais diferenciais do nosso Partido, em reconhecimento ao papel
indispensável por ela exercido em todas as disputas políticas travadas
pelo PT, assim como por entender que toda e qualquer conquista
partidária passa necessariamente pelas mãos e participação do conjunto
de filiados(as) e militantes petistas.”
Natal, 09 de dezembro de 2017.
Diretório Estadual do Partido dos Trabalhadores
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