A denúncia do Ministério Público Federal (MPF) sobre a Operação Sinal
Fechado, recebida oficialmente pela Justiça Federal do Rio Grande do
Norte, narra as supostas participações do senador José Agripino Maia
(DEM), da prefeita de Mossoró, Rosalba Ciarlini (PP) e do marido dela,
Carlos Augusto Rosado, no esquema de fraude no Detran-RN em 2010. E, de
acordo com o texto assinado por oito procuradores da República, Agripino
tentou barrar o acordo de delação firmado por George Olímpio, que
acabou por detalhar o envolvimento do senador e da ex-governadora nos
desvios.
A denúncia dedica algumas páginas para narrar a reunião entre George
Olímpio e o senador José Agripino, ocorrida supostamente em 2014, quando
o parlamentar teria se colocado à disposição do investigado para
resolver os problemas que ele estava enfrentando em razão da “Operação
Sinal Fechado”.
Segundo a denúncia, nessa ocasião, George ainda não havia sido o
acordo de delação, mas já havia sido procurado por promotores do
Ministério Público do RN para isso. Por isso, Agripino teria pedido
informações sobre o nome do promotor que estaria supostamente tentando o
acordo. “Se você me der esse nome eu mato o assunto no nascedouro”,
teria dito o senador, demonstrando, também, exercer forte influência no
Tribunal de Justiça do Rio Grande do Norte.
O Ministério Público Federal conta que Agripino chegou a tratar de
estratégia para conseguir um habeas corpus em favor do empresário, para
anular a “Operação Sinal Fechado”, perante o Superior Tribunal de
Justiça, ressaltando seu poder de influência também nessa corte, fazendo
afirmações como as seguintes: “O FALCÃO [Ministro Francisco Falcão],
veja bem, o FALCÃO vai assumir a presidência do STJ, e aí ele é muito
meu amigo. A condição dele atuar junto a esse ministro do Rio de Janeiro
[o relator]”.
José Agripino.
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