Isso! Continuemos destruindo as formas do sagrado! Caraúbas, RN, 20 mil habitantes. Metade mora na zona rural. Tem uma universidade federal. 50% dos jovens estão conosco. A aula se inicia às 18:40. Às 18:20 já estou em sala. Hoje às 19: 15, todos os alunos decidem sair do campus. Eu seguro os meus até onde dá, até às 20:40. Depois, não tenho como segurar com proezas ou ameaças de falta. O pânico se generalizou.
O ônibus circular do campus foi sequestrado antes de entrar no campus. Três sujeitos encapuzados levaram o ônibus para um matagal, atiraram, levaram tudo dos alunos. As mensagens que chegavam aos colegas que já estavam em sala eram assustadoras.
O ônibus das cidades vizinhas decidiram ir embora. O motorista está bem, os discentes TB. Fica o medo. Em 3 anos e meio aqui, já perdi a conta do número de assaltos aos alunos, exclusivamente aos alunos. Celulares, laptops, dinheiro, jóias.
No campus, na residência, na rua, na casa dos alunos. Menos de uma semana já e cinco jovens foram assassinados, inclusive em espaços públicos. Há uma lista de mais cinco para esta semana. Quantos homicídios já este ano? Perdi a conta... Só morre gente envolvida com coisa errada? Não! Onde se morre? Caminhando na rua, no restaurante, dentro do supermercado.
A próxima cena macabra daqui será dentro do campus? Dentro do meu bloco? Durante a minha aula? Sairei vivo? Tem alguma coisa muito errada. É o apego ao dinheiro...: deus derradeiro desses tempos.
Time is money, Chronus is God. God is money. (Tempo é dinheiro, Chronus é Deus. Deus é dinheiro) Sacrifícios!
Texto de Carlos Barata - Professor da Ufersa/Caraúbas.
Terror no busão!
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