O pré-candidato do governo do Rio Grande do Norte e ex-prefeito de Natal, Carlos Eduardo Alves
(PDT), avalia que o próximo governador será obrigado a realizar um
amplo ajuste fiscal contra a atual crise financeira enfrentada pelo
Estado.
Em entrevista à rádio 96 FM, o ex-prefeito disse que o “Estado
precisa ser reduzido”. Ele prega a necessidade de uma reforma para
equalizar as despesas e as receitas públicas. “Vamos diminuir o Estado,
para que haja um equilíbrio entre a receita e a despesa. Desta forma,
nós podemos atualizar os salários dos servidores, custeio e os
investimentos”, apontou.
Sem citar o nome do atual governador Robinson Faria
(PSD), Carlos Eduardo Alves teceu críticas à gestão estadual. “O governo
não fez o dever de casa. Não se pode permitir um local em que se gasta
mais do que arrecada. O Estado precisa de um ajuste fiscal”, aponta.
Para Carlos Eduardo Alves, uma das medidas para adotar a reforma
fiscal é o ajuste dos gastos com a previdência. Sem entrar em detalhes,
ele aponta que o déficit previdenciário é um dos principais responsáveis
pela crise financeira estadual. Ele aponta que a ajuda do Governo
Federal será necessária para reverter o quadro financeiro do Rio Grande
do Norte.
Sobre as eleições, o pré-candidato anunciou que a convenção PDT está
marcada para o dia 4 de agosto. A expectativa é de que, na solenidade
partidária, seja firmado o acordo com PP, PSDB, PR, PSB. “Tenho hoje uma
aliança com o MDB e DEM”, comentou.
Ele também rechaçou depender do sobrenome da família “Alves” para as
eleições de outubro. “Há 20 anos tomei meu próprio caminho. Não fiz
carreira escorado no sobrenome”, reforçou. Carlos Eduardo confirmou
apoio à candidatura de Ciro Gomes (PDT) para presidente. “É o meu
candidato”, finaliza
VEJA A ENTREVISTA
Ajuste fiscal
“O governo não fez o dever de casa. Não se pode permitir um local em
que se gasta mais do que arrecada. Não estou reinventando a roda. O
Estado precisa de um ajuste fiscal. Vamos diminuir o Estado, para que
haja um equilíbrio entre a receita e a despesa. Desta forma, nós podemos
atualizar os salários dos servidores, custeio e os investimentos”
Gestão
O Estado tem um orçamento seis vezes maior que o da Prefeitura do
Natal. No entanto, quando eu entrei no Município, em 2013, a folha
salarial comprometia 59% das receitas da cidade. Muito acima do limite
legal, de 55%, e muito acima do limite prudencial, que é de 51%.
Reduzimos o tamanho da Prefeitura, sem reduzir serviços essenciais.
Conseguimos vencer os desafios da crise econômica nacional e da queda
drástica das receitas. Hoje, o Município tem 50% das receitas
comprometidas com pagamento de salários.
Déficit previdenciário
“O Rio Grande do Norte enfrenta uma grave crise previdenciária. A
situação deve ser compartilhada com o Governo Federal. No caso do Rio
Grande do Norte, no entanto, será muito difícil reverter a situação, por
conta dos saques feitos ao Fundo Previdenciário”
Fundo Previdenciário Municipal
“O projeto [que autoriza saques do Fundo Previdenciário de Natal, de
abril de 2017] foi aprovado pela Câmara Municipal. Os recursos foram
usados para o pagamento dos funcionários. Utilizamos por um mês. Mas, o
Tribunal de Contas do Estado reprovou a medida. Estávamos errados e
devolvemos os recursos. Todos os recursos foram restabelecidos”
Segurança
“É um setor que merece maior investimento. É preciso investir em
tecnologia e em inteligência. Todas as forças de segurança precisam
estar integradas. Temos de ter metas e objetivos. Além disso, o Governo
Federal deve contribuir com os Estados”
Apoios
“Tenho hoje uma aliança com o MDB e DEM, além de dialogar com outros
partidos, como PP, PSDB, PR, PSB e outros partidos. Nossa convenção está
marcada para o dia 4 de agosto. Ainda temos tempo para ampliar as
alianças”
Ciro Gomes
“Meu candidato à presidência é Ciro Gomes. É um homem de história
forjada no Nordeste. Ele foi bem avaliado como prefeito de Fortaleza e
também no Governo do Ceará. Foi um ótimo Ministro da Fazenda. Também foi
responsável pela transposição do Rio São Francisco. É um político que
estuda os problemas e discute as soluções. Voto nele com convicção”
Componente familiar
“Há 20 anos tomei meu próprio caminho. Não fiz carreira escorado no
sobrenome. Fiz carreia realizando projetos, fazendo obras e com
programas”
Crise política
“A política não é estática. Isso é coisa da democracia. Há um
desgaste generalizado dos políticos brasileiros. Vejo que o Brasil está
sendo passado a limpo. Tenho 32 anos de vida pública. Não respondo a
processos de improbidade ou desvios. Reconheço que há uma decepção com
os políticos. Mas vamos desistir da política? Onde é que podemos
resolver os problemas públicos sem através da política? O voto tem
consequência. É com o voto que se constrói escola, hospital e ações
públicas. É com o voto que você muda a sociedade”.
Carlos Eduardo mandou com força.
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