Apesar de momentos de confronto, o debate SBT-Folha-Uol teve um jeito
de passeio no parque, uma certa leveza que não se registrou em outros.
Ciro Gomes brincou com o gesticular de Henrique Meirelles com as mãos,
imitando-o. Marina estava alegrinha, vestida de rosa. Guilherme Boulos
chegou a declarar ao Cabo Daciolo, ausente no último debate, que estavam
com saudades dele.
Mas o personagem principal do debate foi a eleitora brasileira,
aquela que não está votamdo e, Jair Bolsonaro e se mostra inda indecisa
em relação à sua escolha. Marina foi a primeira a dirigir-se às
mulheres, e falou para elas em todas as suas respostas. Na intervenção
final, disse que, numa família, quando há algum problema ou
desentendimento, “ninguém chama o Meirelles não; chamam a mãe, a tia,
para resolver…”.
Seus adversários também não se descuidaram do eleitorado feminino, e
Boulos aproveitou a ocasião para chamar as mulheres para a manifestação
anti-bolsonaro deste sábado.
Como sempre, porém, Cabo Daciolo roubou a cena ao perguntar e ser
perguntado. Fez uma declaração de amor à própria mãe, prometendo, se
eleito, dar valor a todas as mulheres e atribuindo a grande crise
nacional ao fato de a mulher não ocupar no país o espaço que merece. No
bloco anterior, o cabo deixara perplexa a platéia ao defender “a
reciclagem do ser humano”.
Brincadeiras à parte, os piores confrontos foram mesmo pelos que
lutam pela vaga para derrotar Bolsonaro no segundo turno – hoje, pelas
pesquisas, nas mãos de Fernando Haddad, que teve um embate duro com Ciro
Gomes. O candidato do PDT, respondendo a uma pergunta dos jornalistas,
disse que não governará com o PT. Haddad, ao falar logo depois, disse
ficar surpreso, revelando que, há poucos meses, fora convidado por Ciro
para ser vice em sua chapa: “Não é assim que se faz política”.
Debate.
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