O presidenciável Fernando Haddad (PT) aproveitou a agenda de campanha
no Rio Grande do Sul nesta quinta-feira (27) para criticar declaração
do general da reserva Hamilton Mourão (PRTB), candidato a vice de Jair
Bolsonaro (PSL), feita no mesmo estado no dia anterior, de que o 13º
salário é uma “jabuticaba brasileira”, “uma mochila nas costas dos
empresários” e “uma visão social com o chapéu dos outros”.
A declaração do general foi feita durante palestra em Uruguaiana.
“Quando você abre a porteira da maldade, você não sabe onde o processo
vai dar”, disse Haddad em Porto Alegre. “O Temer começou com a reforma
trabalhista. Hoje o vice [de Bolsonaro] disse que talvez não seja uma
boa ideia pagar o 13º salário. Vai perguntar para ele [Mourão] se ele
abre mão do dele”.
Para o petista, declarações dessa natureza mostra que o grupo de
Mourão está “com a cabeça no século 19”. “Mas abolimos a escravidão e
eles não acordaram pra isso ainda. Nós abolimos a escravidão
formalmente, mas queremos abolir a escravidão materialmente”.
A capital gaúcha foi a última das três cidades visitadas por Haddad
—antes esteve em Caxias do Sul e Canoas. Depois de visita ao Mercado
Público, Haddad encerrou sua fala ao público dizendo considerar uma
injustiça a prisão do ex-presidente Lula. “Nós não vamos sossegar
enquanto ele não tiver um julgamento justo”.
No início, Haddad ironizou o mercado. “Quando a ente subiu nas
pesquisas, disseram que eu tinha de fazer um aceno para o mercado. Então
eu resolvi vir aqui, olhar para esse mercado bonito que vocês têm aqui
(Mercado Público de Porto Alegre), que é o único que eu conheço. O
mercado é uma entidade abstrata, que aterroriza as pessoas, aterroriza
os trabalhadores”.
Verdade.
Folhapress
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