Candidato a vice-presidente na chapa encabeçada por Jair Bolsonaro
(PSL), o general Hamilton Mourão (PRTB) disse nesta quinta-feira (13)
confiar que o presidenciável poderá voltar a realizar atos de campanha
dentro de três semanas, mas reconheceu que a ausência do companheiro no
momento afeta a coligação. As declarações foram dadas após Mourão
conceder uma palestra no Instituto de Engenharia do Paraná (IEP), no
centro de Curitiba. Horas antes, ele cumpriu agenda em Ponta Grossa
(PR).
“Temos plena certeza de que nas, próximas três semanas, o Bolsonaro
estará em condições, não totalmente recuperado a ponto de participar das
manifestações de rua, mas de liderar o nosso processo. O que era do
Bolsonaro era só dele. Ele é insubstituível”, afirmou o general. “Quem
mobiliza na rua é sempre ele. Ele é o homem das massas, o grande
agitador. É ele que as pessoas vão eleger, eu sou o apêndice.”
Jair Bolsonaro foi esfaqueado durante uma passeata na cidade de Juiz
de Fora (MG), há uma semana, e desde então já foi submetido a duas
cirurgias abdominais. O candidato está internado na UTI (Unidade de
Terapia Intensiva) do Hospital Israelita Albert Einstein, em São Paulo.
O candidato à vice-presidência negou ter interesse em substituir
Bolsonaro na campanha. “Só ocorreria se ele viesse a falecer, o que não é
o caso. Jair está vivo, continuará vivo e vai nos liderar”, declarou.
No entanto, ele admitiu que, agora, o presidenciável deve focar na
recuperação de sua saúde. “O Bolsonaro não pode conversar. Nesse
momento, a preocupação número 1 é recuperar a saúde dele e ele precisa
ficar em repouso. Não pode ficar em idas e vindas, porque isso
prejudica. Ele foi submetido a um outro processo [cirúrgico] para
reverter uma situação que não teria sido criada se tivesse ficado
quieto”, disse.
Para Mourão, a consulta informal feita pelo PRTB para que ele pudesse
substituir Bolsonaro em debates não gerou um mal-estar. O PSL não
concordou com o pedido. “Não gerou desconforto, mas os assuntos que não
são conduzidos da forma mais transparente acabam gerando
‘disse-me-disse'”, avaliou. “Nós fizemos uma consulta informal para, se
for o caso, se ele [Bolsonaro] julgar necessário, eu representá-lo,
desde que obviamente haja anuência dos outros candidatos.”
Mourão é pior que Bolsonaro, fica a dica.
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