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* ‘Caern deve ser privatizada, mas é insuficiente diante do rombo no Estado’, diz Bira Rocha.

O empresário Abelírio Rocha não ficou por longos período em cada um dos cargos públicos que ocupou. Mas acumulou experiência ao comandar a Secretaria Nacional de Irrigação e as Secretarias Estaduais de Agricultura e, depois, de Planejamento. Além disso, presidiu a Federação das Indústria do Rio Grande do Norte (Fiern). Coube a Bira Rocha, como é conhecido, conduzir uma ampla reforma administrativa no Estado, em 1995, no início do primeiro governo Garibaldi Filho. Na época, havia desequilíbrio financeiro e risco de colapso, diante do déficit nas contas públicas.

Foram apenas cinco meses no cargo de secretário de Planejamento. Mas um período suficiente para executar um ajuste que extinguiu empresas, mudou regimes tributários, cortou 40% dos cargos comissionados e definiu mecanismos rígidos de controle das despesas. A meta era chegar ao fim do primeiro semestre com o equilíbrio das contas. Um mês antes, o objetivo foi atingido.

Agora, com o Estado em uma situação ainda mais grave, ele considera que não há alternativa que não seja o novo governo, também nos primeiros meses, adotar medidas duras para diminuir despesas e aumentar receitas. Bira Rocha defende a privatização da Caern, mas reconhece que a venda da companhia a investidores privados não seria suficiente para o Estado voltar a pagar em dia os servidores e investir. “O Estado está com um buraco tão grande, que só a Caern privatizada não consegue tapar”, comentou.

Em parte. O Estado está com um buraco tão grande, que só a Caern privatizada não consegue tapar. Quando a Cosern foi privatizada, os recursos não foram para tapar buraco. Foram para investir em algo que assegurou ao Rio Grande do Norte o que está aí com as adutoras. O Estado tem uma rede de adutoras muito grande. Na época, construiu estrategicamente obras de recursos hídricos. Assegurou a conclusão da Barragem Santa Cruz (no município de Apodi, região Oeste) e depois o Estado foi ressarcido. Se não fossem essas obras, a seca teria consequências ainda mais graves. Também foi usado [recursos da privatização da Cosern] na reforma e ampliação do Aeroporto de Parnamirim. Poucos lembram mas não havia voos internacionais por falta de condições do aeroporto. O investimento feito melhorou essa infraestrutura. Hoje, se privatizar a Caern talvez não dê nem para o buraco da Previdência. A situação, então, está pior.
Nossa...
TRIBUNA DO NORTE
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