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* Ceará: 'A operação foi um fracasso', diz procurador-geral de Justiça do CE sobre ação policial que deixou 14 mortos em Milagres.

O procurador-geral de Justiça do Ceará, Plácido Rios, afirmou na tarde desta segunda-feira (10) que a operação policial que terminou em tiroteio e 14 mortos durante tentativa de assalto a bancos em milagres fracassou. "Não se está querendo criminalizar a atividade dos policiais mais buscar razões pelas quais aquela atividade fracassou. A operação foi um fracasso sob todos os aspectos", disse. 

Ele cobrou protocolos rígidos neste tipo de ação. "Não verificamos nenhum protocolo de zelo com a vida de reféns", disse. "Atividade de altíssimo risco tanto para policiais quanto paras pessoas envolvidas [a operação]. Conseguimos diminuir os riscos quando seguimos protocolos rigorosos de atuação. O Brasil todo está a nos cobrar respostas", acrescentou. 

Apesar da crítica à atuação policial, Rios ressaltou que foi a quadrilha que desencadeou a tragédia. "Sabemos que é uma quadrilha que já tem costume de práticas dessa natureza. Vinham sofrendo monitoramento das inteligências. Eles, sim, são os responsáveis diretos. Claro que a polícia pode ter tido excessos mas o primeiro ato que desencadeou tudo isso foi dos criminosos e não dos policiais", disse. 

Quatorze pessoas morreram após uma tentativa de assalto às agências do Banco do Brasil e do Bradesco, no Centro da cidade de Milagres, na madrugada de sexta-feira (7). Os assaltantes usaram um caminhão para bloquear a rodovia BR-116 e interceptar os carros de duas famílias, que foram mantidas reféns. O bando seguiu para a cidade e próximo aos bancos, houve tiroteio entre a polícia e a quadrilha. Oito suspeitos e seis reféns morreram, sendo cinco da mesma família. 

Oito pessoas suspeitas de participação na ção foram presas. A Secretaria da Segurança Pública informou ainda que os policiais militares apreenderam uma pistola 9 milímetros, um revólver calibre 38, uma arma calibre 12 e explosivos. Três veículos envolvidos na ocorrência, sendo um Celta e duas caminhonetes, foram apreendidos, conforme o órgão. 

O governador do Ceará, Camilo Santana, comunicou nesta segunda-feira (10) que 12 policiais que participaram do tiroteio foram afastados das funções até a conclusão das investigações. Ainda conforme o governador, a Controladoria Geral de Disciplina dos Órgãos de Segurança Pública (CGD) abriu uma investigação preliminar para analisar a conduta dos agentes. 

O ministro da Segurança, Raul Jungmann, classificou o confronto entre policiais e assaltantes com 12 mortes como uma "tragédia" e disse que casos como esses "acontecem". "Tragédias como essas acontecem. À medida que a gente possa antecipar e evitar, sem sombra de dúvidas, a sociedade agradece e a gente poupa vidas, que é o bem mais importante que a gente tem que proteger", afirmou. 
Carro que foi metralhado.

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