Com o Supremo e o Judiciário na alça de mira de outro Poder e de
movimentos organizados, o presidente Dias Toffoli acha que pode fazer
dos limões a limonada. Quer utilizar o azedume em relação à Corte para
criar um sentimento de corpo entre os ministros, seja para blindar o STF
de investidas objetivas, como a criação da CPI da Lava Toga, seja para
enfrentar pressões das ruas e redes sociais. Colegas dele concordam com a
necessidade de aparentar união institucional, mesmo que, nos
bastidores, certas divergências continuem irremediáveis.
Só Instagram. Hoje, Dias Toffoli recebe os colegas
em almoço, prática recente na Corte. Servirá para mostrar, nem que seja
na foto, um colegiado unido.
Continue assim. Nos bastidores, há quem gostaria de
ver um Toffoli mais ligeiro e direto na defesa do Supremo, como ele foi
nas céleres, indispensáveis e elogiadas notas lamentando o incêndio no
CT do Flamengo e a morte do jornalista Ricardo Boechat.
Tá anotado. Não passou despercebido por integrantes
do Supremo que senadores do PPS, Podemos e PSL não retiraram as
assinaturas antes do arquivamento da CPI da Lava Toga.
Deixa para depois. A bancada evangélica saiu do
encontro com o presidente do Supremo ontem convencida de que algum
ministro pedirá vista da ação sobre a criminalização da homofobia,
retardando uma definição sobre o assunto.
E o governo? A AGU, que representa o governo no
Supremo, não vê omissão do Congresso ao não aprovar uma legislação sobre
a homofobia. Será a primeira vez que o ministro André Mendonça
defenderá a União em sessão plenária.
União pela impunidade.
COLUNA DO ESTADÃO
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