O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) comentou, na madrugada desta quarta-feira 13, as investigações sobre o caso Queiroz, que envolvem seu irmão, o senador Flávio Bolsonaro (PSL-RJ). Em entrevista para a Rede TV!,
ele acusou a imprensa de fazer uma cobertura imparcial para atacar sua
família e afirmou que, se o inquérito envolvesse “uma pessoa comum”, já
teria sido arquivado.
“Aguardamos as investigações sem problema nenhum. Estou bem tranquilo, o Flavio e o presidente [Jair Bolsonaro, pai dos dois] também. Se fosse uma pessoa comum, não fosse o filho do presidente, esse caso já estaria arquivado”, disse.
O Ministério Público do Rio de Janeiro investiga movimentações financeiras suspeitas do ex-motorista Fabrício Queiroz,
que trabalhava no gabinete de Flavio, apontadas em um relatório do
Conselho de Controle de Atividade Financeira (Coaf). Eduardo vê poucas
provas de que seu irmão tenha cometido alguma irregularidade e acusa a
imprensa de distorcer os detalhes apurados.
Para ele, os rumos das investigações não
devem desgastar o presidente: “estamos falando de um ex-assessor de um
filho do Bolsonaro. Isso não macula a imagem do presidente e tampouco as
medidas. Cabem explicações do próprio ex-assessor”.
Alegando perseguição ao governo, Eduardo
admitiu evitar determinados jornalistas de veículos que considera como
“extrema imprensa”: “se atender certos jornalistas, vão começar a puxar
problemas e fazer uma entrevista toda sobre o caso Queiroz. Respondo
sobre isso também, mas não deve ser só isso. Não posso admitir que essas
sejam as únicas pautas existentes no Brasil, por vezes até criando
tipos de intrigas, como se os filhos estivessem contra os generais”,
disse.
“Falta traquejo político para o Mourão, mas ele não é desleal”
Segundo Eduardo, uma das “invenções” da
imprensa seria a informação de que ele e outros nomes próximos ao
presidente Jair Bolsonaro possuem uma má relação com o vice-presidente, Hamilton Mourão.
“Minha relação com o Mourão é a melhor
possível. As críticas do Steve Bannon e do Olavo de Carvalho sobre ele
não vieram de mim. Com o passar do tempo, o Mourão vai pegar o traquejo
político. Ele é inteligente, fala de qualquer assunto e definitivamente
não é desonesto e desleal. Sabemos que não vai dar um golpe ou desgastar
o governo Bolsonaro, isso [experiência política] se pega com o tempo.
Ele vai pegar isso e ser um grande vice”, ponderou.
Questionado sobre o motivo de seu pai,
Jair Bolsonaro, despachar de dentro do hospital durante o período em que
está internado, Eduardo rechaçou qualquer desconfiança a Mourão.
“Ele [Jair Bolsonaro] é workaholic,
por isso está trabalhando do hospital. Podia ser o Rui Barbosa o
vice-presidente que ele iria assumir do hospital, mesmo descumprindo
ordens dos médicos. Isso que falam é mais especulação que desconforto
para nós”, afirmou o deputado.
Quando perguntado sobre a oposição,
Eduardo disse que, “se o governo Bolsonaro falhar”, o Brasil corre o
risco de ser governado novamente pelo PT e “andar a passos largos para o
que acontece hoje na Venezuela”. Apesar disso, admitiu ser possível
dialogar com partidos de esquerda em certas pautas.
“Acho que dá para, em alguns pontos – não
em todos -, chegar no meio-termo com a esquerda. Por exemplo, não temos
como reconhecer o MST como um movimento justo que busca a reforma
agrária, eles são um exército da esquerda. Mas, se falarmos sério de
reforma agrária, temos como avançar”, analisou.
Calados são uns poetas, esses filhos do Presidente.
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