Começaram nesta terça-feira (19), na 14ª Vara da Justiça Federal (JFRN), em Natal, as audiências da operação Lavat.
Em um dos depoimentos prestados, o ex-vice-presidente da Caixa
Econômica Federal (CEF) Fábio Cleto confirmou a existência de um esquema
de cobrança de propina em troca de ajuda na aprovação de financiamentos
pelo banco. Ele, no entanto, negou o envolvimento do ex-ministro do
Turismo Henrique Eduardo Alves.
A operação Lavat é um desdobramento da operação Manus,
que investiga crimes de corrupção e lavagem de dinheiro envolvendo o
ex-ministro Henrique Eduardo Alves e o ex-presidente da Câmara Federal,
Eduardo Cunha, que está preso em Curitiba.
Nesta terça-feira foram ouvidas duas testemunhas. Além do
ex-vice-presidente da Caixa Fábio Cleto, também prestou depoimento
Ricardo Saud, ex-executivo da JBS. Os dois, que foram elencados como
testemunhas de acusação pelo Ministério Público Federal, falaram por
videoconferência de São Paulo.
Ricardo Saud depôs de forma rápida. O ex-executivo disse que não
operava esse esquema na JBS e apontou Joesley Batista como homem que
estava a frente. Ele também disse não saber dizer nada sobre o
envolvimento de Henrique Alves e Eduardo Cunha na fraude.
"A acusação é de que existia uma espécie de esquema dentro da Caixa
Econômica Federal para desvio de dinheiro e que parte desse dinheiro
teria sido destinado à campanha de Henrique Alves em 2014. Por isso que
terminou que essa parte da investigação veio para cá e foi distribuída
para a 14ª Vara", explicou o juiz federal Francisco Eduardo Guimarães.
Segundo a apuração, o esquema se baseava em fraudar licitações em
prefeituras do interior do Rio Grande do Norte. O dinheiro desviado
teria sido supostamente usado na campanha de Henrique Alves para Governo
do Estado em 2014.
O ex-ministro Henrique Eduardo Alves, réu no processo, assistiu ao
depoimento acompanhado dos advogados. Outros acusados no processo, que eram assessores do ex-ministro, José Geral Moura, Aluísio Dutra,
além do publicitário Arturo Arruda, também acompanharam os depoimentos.
O ex-deputado Eduardo Cunha, que também é réu, assistiu aos depoimentos
de Curitiba.
Nos dias 26 e 28 de março serão ouvidas as 45 testemunhas de defesa.
Entre elas, está o ex-presidente Lula, que está preso em Curitiba e será
ouvido por videoconferência. O ex-presidente foi citado pela defesa de
Eduardo Cunha, que é réu na Operação Lavat.
Em nota, a defesa de Henrique Alves disse que os depoimentos comprovam a
inocência dele, já que as testemunhas o isentaram de participação na
fraude.
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Depoimentos na pauta.
G1/RN
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