Candidata nas últimas eleições a deputada estadual pelo PSL de Minas
Gerais, então presidido pelo atual ministro do Turismo, Marcelo Álvaro
Antônio, a professora aposentada Cleuzenir Barbosa, 47, afirma ter
havido um esquema de lavagem de dinheiro público pela sigla no estado.
Segundo ela, o agora ministro do governo de Jair Bolsonaro sabia da operação.
“Era
o seguinte: nós mulheres iríamos lavar o dinheiro para eles. Esse era o
esquema. O dinheiro viria para mim e retornaria para eles”, afirmou em
entrevista à Folha.
Cleuzenir também fez as
acusações na polícia e no Ministério Público, que investigam o caso. Ela
afirma ter sofrido pressão de dois assessores de Álvaro Antônio
—Roberto Soares e Haissander de Paula— para devolver R$ 50 mil dos R$ 60
mil que recebeu do fundo eleitoral do PSL.
Ela diz ter relatado o
caso a pelo menos quatro assessores de Álvaro Antônio, na época
deputado federal e candidato à reeleição, e ter tentado falar
diretamente com ele, mas que nada foi feito. O ministro foi o deputado
mais votado no estado.
O jornal tem publicado reportagens
mostrando uso de dinheiro público do PSL em candidaturas de laranjas,
com mulheres que tiveram votação inexpressiva e quase nenhum sinal
efetivo de que tenham realizado campanha.
No caso de Minas, a
verba foi liberada formalmente pelo então presidente nacional da sigla,
Gustavo Bebianno, demitido do cargo de ministro da Secretaria-Geral da
Presidência nesta segunda-feira (18) em decorrência da crise política
após as revelações da Folha.
Álvaro Antônio era o
comandante da sigla em Minas, responsável pela montagem das chapas.
Parte do dinheiro público foi direcionado a quatro candidatas do PSL
mineiro apenas para preencher a cota feminina de 30% das candidaturas e
de verba eleitoral.
O dinheiro enviado a elas foi parar na conta
de empresas de assessores, parentes ou sócios de ex-assessores do atual
ministro do Turismo.
Cleuzenir, que diz não ter aceitado integrar o
esquema, não foi eleita (teve 2.097 votos) e hoje vive em Portugal.
Disse ter deixado o Brasil exclusivamente por medo de retaliações por
parte dos aliados do hoje ministro.
Após a queda do Bebianno és a próxima vítima.
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