O Ministério Público disse na tarde desta terça-feira (12) que a
vereadora Marielle Franco foi morta por causa de uma “repulsa” do
atirador Ronnie Lessa a sua atuação política em defesa de causas
voltadas para as minorias. O PM reformado Ronnie foi apontado pela
força-tarefa como o atirador.
Segundo as promotoras, porém, as investigações permanecem sob sigilo para identificar o mando do crime.
“O crime contra a Marielle Franco, segundo as investigações, todos os
autos de investigação nos autorizam a hoje a afirmar e a colocar e a
imputar aos dois denunciados foi a motivação torpe, decorrente de uma
abjeta, de uma repulsa, de uma reação de Ronnie Lessa a uma atuação
política de Marielle na defesa de suas causas. Nas causas de Marielle,
nas causas voltadas para as minorias. Para as mulheres negras, LGBT,
entre outras causas para a minorias. Isso ficou comprovado, ficou
suficientemente indiciado a ponto do MP denunciar por essa motivação.
Essa é uma motivação torpe, abjeta”, disse Simone Sibilio , promotora de
justiça e coordenadora do Gaeco.
“Essa motivação ela é decorrente da atuação política dela, mas não
inviabiliza um possível mando. Ela não inviabiliza que o crime tenha
sido praticado por uma paga ou promessa de recompensa. Essas causas
juridicamente e faticamente não se repelem”, acrescentou a promotora.
Policiais da Divisão de Homicídios da Polícia Civil e promotores do
Ministério Público do Rio de Janeiro prenderam, por volta das 4h30 desta
terça-feira (12), o policial militar reformado Ronnie Lessa, de 48
anos, e o ex-policial militar Élcio Vieira de Queiroz, de 46 anos.
A força-tarefa que levou à Operação Lume diz que eles participaram
dos assassinatos da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson
Gomes. Os crimes completam um ano nesta quinta-feira (14).
“O crime contra Anderson e Fernanda Chaves, segundo a investigação, o
executor Lessa atirou contra o carro que estavam a vítima. Foram 14
disparos que atingiram o veículo. A denúncia também imputa o crime
mediante emboscada porque monitoraram a vítima. Eles aguardaram ela sair
da Câmara, tinham informações privilegiadas e ficaram na Rua dos
Inválidos até Marielle sair de lá”, acrescentou Sibilio.
Promotora explica como atirador foi identificado
Elisa Fraga, promotora de justiça e coordenadora da Coordenadoria de
segurança e inteligência, explicou como o atirador foi identificado.
“Tivemos três frentes de trabalho. Uma desenvolvida na divisão de
inteligência, com agentes de campo. Uma outra que trabalhamos com a ação
telemática, em conjunto com agentes do Gaeco: analisamos o conteúdo que
recebemos dos provedores. A terceira é através da divisão de evidências
digitais e tecnologia”.
“Recebemos uma imagem feita na casa das pedras, a imagem foi gerada
por uma câmara de infravermelho. Para saber o biotipo do atirador,
podemos traçar um perfil dele. Depois conseguimos usar uma atividade de
luz e sombra para identificar que não tinha ninguém no banco da frente,
onde tinha sombra é um vácuo de imagem”, acrescentou.
“Nessa imagem obtida, havia um braço direito do atirador. Fizemos a
análise e com a comparação de outras imagens do Ronnie Lessa, observamos
uma compatibilidade do réu com o atirador”, disse ainda Elisa.
Assassinos na pauta.
G1
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