Em conversa com o ministro da Educação Ricardo Vélez-Rodriguez na
manhã de domingo, o presidente Jair Bolsonaro determinou o afastamento
do coronel Ricardo Wagner Roquetti, atual diretor de programa da
Secretaria Executiva do MEC. Roquetti era o principal assessor do
ministro e envolveu-se em disputas com alunos do ideólogo do governo
Olavo de Carvalho , lotados no Ministério da Educação.
Sua exoneração deve ser publicada ao longo da semana. A informação foi confirmada pelo próprio Roquetti.
— O presidente pediu meu afastamento hoje (ontem) em conversa pessoal
com o ministro. A exoneração deve ocorrer durante a semana, pois é um
ato administrativo burocrático que leva tempo — disse Roquetti.
Ex-aluno de Olavo de Carvalho, o coronel-aviador Ricardo Roquetti foi
acolhido no núcleo do governo depois de ser apresentado pela deputada
federal Bia Kicis (PSL-DF). Passou, então, a conviver com o
recém-nomeado ministro Ricardo Vélez Rodriguez. Em pouco tempo, Vélez
viu em Roquetti seu aliado mais fiel. Enquanto a equipe de transição do
novo governo trabalhava no CCBB num plano de educação para o governo
Bolsonaro, Vélez se reunia com Roquetti em outro local.
Nas últimas semanas, Roquetti promoveu mudanças na equipe do
ministério, rebaixando funcionários ligados a Olavo de Carvalho. A
atitude causou revolta no ideólogo, que usou as redes para pressionar
pela saída do coronel. Olavo chegou a se referir a Roquetti como o
“Bebianno de Vélez”, em referência ao ex-chefe da Secretaria-Geral
Gustavo Bebianno, demitido por Bolsonaro no início de fevereiro.
Olavo também culpa o coronel pelo episódio da carta enviada pelo MEC
às escolas municipais, em que o ministro pedia aos diretores imagens das
crianças cantando o hino, além de encerrar a correspondência com o
slogan de campanha de Jair Bolsonaro, o que é proibido por lei. Depois
de críticas, o ministério recuou do pedido.
Exonerado...
O GLOBO
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