O vereador Carlos Bolsonaro (PSC-RJ), filho do presidente da
República, usou as redes sociais nesta segunda (29) para fazer críticas à
estratégia de comunicação do Palácio do Planalto.
“Vejo uma comunicação falha há meses da equipe do presidente. Tenho
literalmente me matado para tentar melhorar, mas como muitos, sou apenas
mais um e não pleiteio e nem quero máquina na mão. É notório que
perdemos oportunidades ímpares de reagir e mostrar seu bom trabalho”,
disse Carlos.
A crítica foi vista como um ataque ao ministro da Secretaria de
Governo, general Carlos Alberto dos Santos Cruz, a quem a Secom
(Secretaria de Comunicação Social) é ligada.
Segundo relatos feitos à Folha, foi Santos Cruz quem ordenou recuo do governo sobre determinação para que empresas estatais submetam previamente à avaliação da Secom campanhas publicitárias de natureza mercadológica. A polêmica ocorreu após Bolsonaro determinar suspensão de comercial do Banco do Brasil que mostrava jovens descolados e que desagradou o presidente.
O incidente relacionado ao BB é considerada a primeira crise criada pela equipe do empresário Fábio Wajngarten, que assumiu recentemente a Secom na
tentativa de melhorar a comunicação do governo. Sua escolha contou com
o aval da família Bolsonaro e com apoio do escritor Olavo de Carvalho,
que exerce influência sobre os filhos do presidente e integrantes do
primeiro escalão do governo.
Antes Bolsonaro também estuda realizar uma minirreforma ministerialque
alteraria a configuração de três pastas ligadas diretamente ao Palácio
do Planalto —Secretaria de Governo, Secretaria-Geral e Casa Civil. Pela
proposta, a Secom —criticada por Carlos— continuaria sob
responsabilidade de Santos Cruz,.
Considerado o “pitbull” da família,
Carlos é o mais próximo dos filhos de Bolsonaro que estão na política e
gerencia os perfis pessoais do presidente nas redes sociais. Tal
influência, somada ao seu temperamento explosivo, têm sido alvo de
críticas de aliados de Bolsonaro.
O presidente, no entanto, já afirmou que Carlos foi responsável por sua eleição e deveria até ter um cargo de ministro em seu governo, embora não tenha demonstrado essa intenção. O vereador chegou a ter seu nome ventilado para a Secom no período de transição, com status de ministério.
Diante de críticas, Bolsonaro desistiu da ideia e
manteve a Secom subordinada à Secretaria-Geral da Presidência –que
começou tendo como titular Gustavo Bebianno, antigo braço direito do
presidente e desafeto de Carlos.
Em meio ao escândalo revelado pela Folha das candidaturas de laranjas do PSL, uma postagem polêmica de Carlos agravou a crise que resultou na queda de Bebianno. Ele postou no Twitter que o então ministro havia mentido ao
jornal O Globo ao dizer que conversara com Bolsonaro três vezes na
véspera, negando a turbulência política causada pelas denúncias das
candidaturas laranjas. O ataque foi endossado pelo próprio presidente, que na época se recuperava de uma cirurgia.
Esse Carlos Bolsonaro tá louco, pode mandar internar seu moço.
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