Depois dos protestos que tomaram conta de mais de 200 cidades em todo o País na quarta-feira, o governo quer deixar Educação e Saúde
fora da próxima tesourada no Orçamento, a ser anunciada na próxima
semana. Técnicos da área econômica fazem cálculos para poupar a área de
ensino, que, no último contingenciamento, sofreu o maior corte nominal e
perdeu R$ 5,7 bilhões. Já o Ministério da Saúde não deve ser incluído
porque as despesas já estão perto do mínimo exigido na Constituição.
O objetivo da equipe econômica é procurar novos alvos para cortes, tarefa difícil depois do congelamento de R$ 30 bilhões
anunciado em março. Com a piora nas estimativas de crescimento
econômico para este ano, será necessário um contingenciamento adicional
de pouco mais de R$ 5 bilhões, segundo apurou Estadão/Broadcast. O bloqueio não deve ser linear.
Os técnicos buscam ainda alternativas de receita antes de fechar o
número final. O governo tem até o dia 22 para anunciar o novo corte,
quando será divulgado o relatório bimestral de receitas e despesas com
as novas projeções para a economia e o Orçamento deste ano.
O governo tende a poupar pastas que perderam muito no primeiro corte,
além daquelas que têm receitas vinculadas - ou seja, arrecadadas com
destinação específica.
Segundo dados levantados pela Associação Contas Abertas,
a pedido da reportagem, a Educação teve 24,6% das despesas
discricionárias - ou seja, não obrigatórias - contingenciadas até
quarta-feira passada. Um dos ministérios mais afetados pelo primeiro
contingenciamento foi o de Minas e Energia, cujo bloqueio atingiu 79,5%
do orçamento original. Sobrou menos de R$ 1 bilhão para o ano todo.
Entre os que tiveram cortes de 30% a 40% estão os Ministérios de
Infraestrutura, Defesa, Turismo, Ciência e Tecnologia, Agricultura e
Desenvolvimento Regional.
Guedes na pauta.
Registe-se aqui com seu e-mail
ConversãoConversão EmoticonEmoticon