Depois de desferir críticas e bloquear o orçamento das universidades públicas federais, o ministro da Educação, Abraham Weintraub, disse nesta quinta-feira, 6, que o crescimento do ensino superior no
Brasil será pela rede privada. Ele defendeu ainda o fortalecimento e
mais liberdade para a atuação das faculdades particulares.
“Existe espaço para as universidades federais, para as estaduais, mas
olhando para o Brasil dos próximos anos é muito claro que não há
condição do atual estado de contas do setor público, de nós sociedade,
pagadores de imposto, atender a essa demanda (do ensino superior)”, disse durante a abertura do Congresso Brasileiro da Educação Superior Particular, em Belo Horizonte.
“Queremos que a sociedade possa buscar sua felicidade, seus sonhos.
Isso só é possível com um ensino superior baseado fortemente na
iniciativa privada e livre”, afirmou Weintraub após destacar que o Ministério da Educação (MEC) quer a “liberdade” do setor e que vai trabalhar para reduzir as regras que hoje existem na área.
“Esse governo defende o viés liberal na economia e conservador nos
costumes. Se há duas pessoas honestas tendo uma relação econômica livre,
porque alguém tem que interferir? Para quê criar um monte de regras
entre uma pessoa que quer estudar e um grupo que quer ensinar?”,
defendeu o ministro.
Questionado sobre quais regras pretende alterar e como pretende dar
mais liberdade para a rede privada de ensino, o ministro não respondeu.
Durante o discurso, Weintraub disse apenas de forma genérica que quer
uma regulação menos rígida.
“Nós acreditamos que a maioria dos brasileiros são de boa fé. Quem
está livre, com CPF e nomes limpos, é uma pessoa de boa fé e vai ser
tratada assim no MEC. Quem tiver má fé, a Justiça é quem vai cuidar
delas”, disse.
Em sua fala, voltada para donos e dirigentes de faculdades
particulares, Weintraub fez uma previsão otimista para a economia
brasileira para os próximos meses. Segundo ele, com a agenda atual, que
segue a “ciência econômica”, o País deve chegar ao fim do ano com
crescimento de 3% do PIB. “Ao passo que abandamos essas besteiras do
desenvolvimentismo, o Brasil vai migrar para o seu potencial econômico e
nenhum setor vai crescer tanto quanto o de serviços, especialmente o da
educação”, disse.
Tudo explicado.
ESTADÃO CONTEÚDO
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