A foto de Óscar Ramírez, 25, e de sua filha Valéria afogados na beira de um rio na fronteira dos Estados Unidos com o México
simboliza a incapacidade de se lidar com o desespero dos imigrantes,
declarou a Agência das Nações Unidas para Refugiados (Acnur) nesta
quarta-feira, 26, em clara crítica à política americana.
O alto comissário da ONU para
refugiados, Filippo Grandi, disse que os imigrantes mortos arriscaram
suas vidas porque não conseguiram a proteção a que tinham direito
conforme as leis internacionais.
“As mortes de Óscar e Valeria representam um fracasso em lidar com a
violência e o desespero que empurram as pessoas a fazer jornadas
perigosas pela perspectiva de uma vida em segurança e dignidade”, disse
ele em um comunicado.
Amplamente compartilhada nas redes sociais, a foto mostra pai e filha
mortos por afogamento às margens do Rio Grande, na divida dos Estados
Unidos com o México. A tentativa de travessia se deu quando Óscar descobriu
que a ponte internacional que liga os dois países estava fechada. No
domingo 23, eles decidiu atravessar com a filha pelo rio. Os dois se
afogaram diante do olhar da mãe da menina antes de chegarem ao lado
americano.
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump,
ameaçou o México com a imposição de tarifas de importação de seus
produtos como meio de forçar o país a adotar medidas internas de
controle da imigração proveniente da América Central.
Segundo advogados americanos especializados em imigração, crianças
estão sendo mantidas por semanas sem comida ou higiene adequada em
centros de detenção na fronteira americana. Na terça-feira 25, o
Congresso americano aprovou um pacote de 4,5 bilhões de dólares para os programas de assistência às famílias da América Central que buscam refúgio nos Estados Unidos.
Imagem pra entrar na história.
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