O jurista Miguel Reale Jr., um dos autores do processo que
resultou no golpe contra Dilma Rousseff, acha "difícil prever" no que
dará a denúncia sobre as conversas entre o ex-juiz federal e atual
ministro da Justiça, Sérgio Moro, e o procurador da Operação Lava Jato
Deltan Dallagnol, "visto que não se tem ainda todas as gravações". "O
que é certo é que a aura de mito do ministro se desfez", afirmou ele,
segundo relato de Sonia Racy, na coluna Direto da Fonte.
"Imagine se o MP descobre mensagens desse tipo entre um juiz… e um
advogado de defesa. Seria muito grave", continuou o jurista, acrescenta
que a lei, adverte, "é igual para os dois lados. Considera suspeito juiz
que aconselha a parte".
Reale diz ainda que as provas foram obtidas de maneira ilícita.
"Assim, se imprestáveis para anular um processo, não o são para cobrir
de desconfiança o trabalho do juiz conselheiro do MP".
Uma matéria do
site Intercept Brasil apontou que Moro foi além do seu papel de juiz e
"sugeriu trocar a ordem de fases da Lava Jato, cobrou novas operações,
deu conselhos e pistas e antecipou ao menos uma decisão, mostram
conversas privadas ao longo de dois anos".
De acordo com outra reportagem,
Dallagnol também duvidava da existência de provas contra Lula, acusado
de ter recebido um apartamento da OAS como propina de R$ 3,7 milhões em
troca de contratos entre a empresa e a Petrobrás.
"No dia 9 de setembro de 2016, precisamente às 21h36 daquela
sexta-feira, Deltan Dallagnol enviou uma mensagem a um grupo batizado de
Incendiários ROJ, formado pelos procuradores que trabalhavam no caso. Ele digitou:
'Falarão que estamos acusando com base em notícia de jornal e indícios
frágeis… então é um item que é bom que esteja bem amarrado. Fora esse
item, até agora tenho receio da ligação entre Petrobras e o
enriquecimento, e depois que me falaram to com receio da história do
apto… São pontos em que temos que ter as respostas ajustadas e na ponta
da língua'", diz o site.

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