Um áudio inédito joga luz sobre práticas suspeitas de membros do Judiciário.
Trata-se de um velho tabu relativo às altas cortes de Brasília: a
atuação de advogados nos tribunais onde seus pais são os magistrados.
É isso mesmo: por vezes, os filhos atuam em causas a serem julgadas pelos pais.
O áudio inédito obtido pela revista Crusoé lança mais suspeitas sobre a
relação entre um ministro do TST e seu filho advogado, já investigado
por tráfico de influência em tribunais.
Eis a reportagem exclusiva, assinada pelo repórter Mateus Coutinho:
Agora leia um trecho:
Trata-se de um grampo feito pela Polícia Federal em 2014, e esquecido
até agora, no celular de Ricardo Saud, então diretor de relações
institucionais da J&F, a holding da JBS. No dia 12 de dezembro
daquele ano, Saud telefonou para um advogado que atuava para a empresa,
Erick Wilson Pereira, para marcar uma reunião. Além dos dois,
participariam do encontro o “chefe” de Saud, Joesley Batista, e mais um
executivo da JBS. O que, no começo, parecia uma conversa corriqueira
entre advogado e cliente termina com um diálogo em que Saud indica
expressamente que desejava contar com o pai do advogado Pereira em uma
“missão”. Detalhe: o pai de Pereira é Emmanoel Pereira, ministro do
Tribunal Superior do Trabalho (TST) que até hoje tem em seu gabinete
processos da JBS — e que, à diferença do filho, não pode aceitar
“missões” de empresa nenhuma.
A reportagem lembra que investigações como as promovidas pela Lava Jato
têm sido responsáveis por uma devassa sem precedentes no mundo político
e empresarial.
Mas ainda falta um front a explorar: o Judiciário.
Eis uma chance.
O áudio inédito surge justamente no momento em que a Lava Jato — e,
portanto, a luta contra a corrupção e a impunidade — enfrentam sua maior
ofensiva.
Por isso, é vital fazermos um balanço sobre o avanço proporcionado pela operação.
A mesma edição da Crusoé que revela o áudio inédito sobre a conversa
entre o então diretor da JBS e o filho de um ministro do TST traz outro
conteúdo importante.
O repórter Duda Teixeira entrevistou Geert Aalbers, diretor da agência
Control Risks, responsável por um estudo que avalia a capacidade de as
instituições combaterem a corrupção na América Latina.
Veja o que diz Aalbers: “A Lava Jato criou um ecossistema benéfico” que estimula o combate à corrupção.
Ambas as reportagens reforçam o compromisso da Crusoé.
Buscar a verdade.
Revelar os bastidores do poder.
Nosssa...
Antagonista
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