É crescente o incômodo do meio jurídico com a interação revelada
pelas mensagens obtidas pelo The Intercept entre o ex-juiz Sergio Moro e
procuradores da Lava Jato. O ministro Marco Aurélio Mello, do STF, diz
que continua a “indagar o que nós estaríamos a dizer se [Moro] tivesse
mantido essa espécie de diálogo com a outra parte [a defesa dos réus]”.
“Ministério Público no processo é parte e tem que ser tratado como tal”,
afirma. “Eu espero que ele não ocupe a cadeira que deixarei em 2021.”
Ponto sem volta Marco Aurélio deixará o Supremo após Celso de Mello. É
dele, portanto, a segunda vaga na corte para a qual Jair Bolsonaro
escolherá um substituto. O ministro, que já havia dito que Moro não é
“vocacionado” à magistratura, reiterou a crítica. Para ele, com a
divulgação dos diálogos entre o ex-juiz e procuradores, “a máscara
caiu”.
A reação de Moro à reportagem publicada pela Folha e pelo The
Intercept, nesta quinta (18), deixou membros do STF inquietos. O
ministro da Justiça disse que é dever do juiz exigir mudanças em acordos
de delação muito generosos. “Não foi, aliás, essa a crítica a acordos
como o dos sócios da JBS?”, indagou.
Recado duro...
Painel/Folha de S.Paulo
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