O escritor Olavo de Carvalho afirmou nesta sexta-feira (12) que a ida
do deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) para a embaixada do Brasil em
Washington seria um “retrocesso” e representaria “a destruição da
carreira” do parlamentar.
Em um vídeo publicado no YouTube, o guru da família Bolsonaro disse
que o deputado assinou um requerimento para a criação de uma CPI
(Comissão Parlamentar de Inquérito) para investigar o Foro de São Paulo
—organização que reúne partidos de esquerda na América Latina— e que ele
deveria se dedicar a esse tema no Parlamento.
“Essa CPI arrisca ser o acontecimento mais importante da nossa história parlamentar”, disse Olavo.
“Você não pode começar uma coisa dessa envergadura, desse valor e
importância, para depois assumir um posto diplomático em que você não
vai poder nem falar do assunto. O diplomata tem lá as suas obrigações
regulamentares e não vai poder nem ficar falando do Foro de São Paulo.
Isso seria um retrocesso, seria a destruição da carreira do Eduardo
Bolsonaro”, acrescentou o escritor, que vive no estado da Virgínia, nos
Estados Unidos.
Apesar de ter se manifestado contra a eventual nomeação, Olavo
destacou que “está com Eduardo com o seu pai até a morte” e que é amigo
dos dois.
O presidente Jair Bolsonaro anunciou na quinta-feira (11) que decidiu
indicar seu filho Eduardo como embaixador do Brasil nos Estados Unidos,
mas que a decisão de aceitar ou não o cargo cabia ao deputado.
A fala do mandatário ocorreu um dia depois do aniversário de 35 anos do parlamentar, idade mínima requerida para o posto.
A divulgação ocorreu fora dos padrões diplomáticos —a praxe é que o
nome de um novo embaixador só seja conhecido depois de consultas formais
ao país que receberá o novo embaixador, um trâmite conhecido por
agrément.
A possibilidade gerou fortes reações, que vão desde a inexperiência
de Eduardo para ocupar a principal função da diplomacia brasileira no
exterior a críticas de que o caso configuraria nepotismo.
Tanto Bolsonaro quanto Eduardo dizem que não há nepotismo na
indicação. Eles argumentam que o envio do filho do presidente da
República para Washington colocaria as relações dos dois países em um
outro patamar e ajudaria a estreitar os laços entre Brasil e Estados
Unidos.
Olavo.
Folhapress
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