Sob ameaça de greve dos caminhoneiros, o Ministério da Infraestrutura
confirmou nesta segunda-feira, 22, que pediu a suspensão das novas
regras para o frete mínimo rodoviário à Agência Nacional de Transportes
Terrestres (ANTT). A medida, publicada em resolução pela agência na
última quinta-feira e em vigor desde sábado, desagradou os
caminhoneiros. Desde então, grupos articulam atos para protestar contra a
decisão.
Na próxima quarta, 24, o ministro deve se reunir com lideranças de
grupos de caminhoneiros para negociar uma nova tabela de frete. A
fixação do frete mínimo foi reivindicada durante a greve dos
caminhoneiros do ano passado. Até este sábado, quando a resolução da
ANTT entrou em vigor, o método utilizado levava em conta apenas a
quilometragem percorrida. Agora, fatores como o tempo de carga e
descarga, custo com depreciação do caminhão, entre outros, também
entrarão no cálculo.A nova tabela foi criada em conjunto com o Grupo de
Pesquisa e Extensão em Logística Agroindustrial, ligado à Universidade
de São Paulo (USP).
Procurada, a ANTT, que é vinculada ao Ministério da Infraestrutura., não se posicionou até a publicação desta reportagem.
Os caminhoneiros, porém, afirmam que os novos valores não são
adequados e cobrem apenas os custos e não geram receita. Desde a
divulgação da medida, os caminhoneiros passaram a criar grupos de
Whatsapp para organizar atos e paralisações de estradas. Até a manhã
desta segunda-feira, os grupos relatavam pequenas paralisações em
Pernambuco e em São Paulo, mas sem bloqueios de pistas e pontos de
paradas nas estradas. Um protesto marcado para a manhã desta segunda em
Barbacena (MG), não teve adesão.
Em maio de 2018, caminhoneiros pararam estradas de todo o país por
cerca de dez dias causando desabastecimento de combustível e
supermercados. Entre as reivindicações estava a criação do preço mínimo
para o frete e a redução do custo do diesel. O governo Temer criou uma
tabela, que foi corrigida na última semana, e subsidiou até dezembro do
ano passado o preço do combustível. Os itens foram acordados para que as
estradas fossem desbloqueadas.
Essa não é a primeira ameaça de paralisação dos caminhoneiros neste
ano. Em março, os motoristas começaram a articular paralisação após um
anúncio de aumento dos combustíveis pela Petrobras. O presidente Jair
Bolsonaro interveio na decisão, telefonando para o presidente da estatal
pedindo a suspensão do reajuste. A petroleira, no entanto, manteve o
aumento de 10 centavos no litro do combustível. Para acalmar os ânimos, o
governo anunciou um pacote de medidas para os caminhoneiros, como uma
linha de crédito para a manutenção dos veículos para autônomos e obras
de infraestrutura em rodovias federais.
Caminhoneiros na pauta.
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