Cumprindo promessa feita a deputados, o governo enviou nesta
terça-feira (06) um projeto ao Congresso para garantir recursos para o
pagamento de emendas negociadas na votação em primeiro turno da reforma
da Previdência.
Esse é mais um capítulo da negociação política em busca de apoio para
a Câmara aprovar a restruturação das regras de aposentadoria e pensão.
Apesar disso, a votação em segundo turno da proposta não foi iniciada até o começo da noite desta terça.
O objetivo do governo é abrir a sessão até as 20h, derrubar a
articulação de oposicionistas para atrasar a votação e aprovar o
texto-base até a madrugada desta quarta-feira (07).
Mas líderes partidários já admitem que essa votação —a principal— possa ser adiada para a tarde de quarta.
Na semana de análise da reforma em primeiro turno, o presidente Jair
Bolsonaro liberou diversos lotes de emendas parlamentares, beneficiando
bases eleitorais de deputados federais principalmente na área de saúde.
À época, ele negou que a liberação seja uma prática da “velha política”, criticada por bolsonaristas.
Agora, às vésperas da votação em segundo turno, o presidente enviou
ao Congresso um projeto de lei que abre espaço no Orçamento para
diversos ministérios no valor de R$ 3 bilhões.
Cabe ao Congresso autorizar a abertura desse crédito. Esses recursos
são necessários para que o governo cumpra o acordo feito com deputados
favoráveis à reforma da Previdência.
Apesar de ter sido eleito com o discurso de que acabaria com o
fisiologismo no Congresso, o Planalto fez promessas de liberação que
somam mais de R$ 5 bilhões para as emendas —que tratam de obras e
investimentos nos redutos eleitorais dos congressistas.
Isso foi feito em troca de voto, um dos clássicos componentes do toma lá dá cá.
A exigência, durante o primeiro turno, era que o governo enviasse um
projeto de lei para liberar mais dinheiro a ministérios, como Educação,
Saúde e Desenvolvimento Regional.
Assim, haveria espaço no Orçamento para o pagamento das emendas prometidas a deputados que apoiarem a reforma da Previdência.
As negociações ocorreram nos bastidores, em julho, mas até mesmo a
líder do governo no Congresso, Joice Hasselmann (PSL-SP), chegou a
confirmar a perspectiva de envio do texto.
A reforma foi aprovada, em primeiro turno, com 379 votos a favor —eram necessários 308.
Previdência na pauta.
Folhapress
Registe-se aqui com seu e-mail
ConversãoConversão EmoticonEmoticon