Com poder para influir na escolha do próximo procurador-geral da
República, o ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência, Jorge
Oliveira, afirmou que o órgão “se apequenou” em alguns momentos nos
últimos anos. “Pautava temas menores e temas maiores ficavam
lateralizados”, disse ele em entrevista ao Estado.
Para Oliveira, a indicação do próximo chefe do Ministério Público é a
“mais importante” que o presidente Jair Bolsonaro fará durante o
mandato, com um peso até maior do que as duas vagas no Supremo Tribunal
Federal que caberá ao presidente indicar.
Homem de confiança de Bolsonaro – trabalha com a família do
presidente há mais de 15 anos –, Oliveira passou os últimos meses
ouvindo os candidatos à vaga de Raquel Dodge e tem sido um dos
principais interlocutores do presidente sobre o assunto. Ele reforçou o
discurso adotado por Bolsonaro, que, ao Estado, disse não querer no
cargo um “xiita ambiental ou de minorias”. “A gente busca um perfil que
dê estabilidade institucional”, disse o ministro, o que significa a
escolha de alguém que não atrapalhe o governo.
Segundo Oliveira, ainda não há um nome fechado para o cargo hoje
ocupado por Raquel, que denunciou o então deputado Bolsonaro por racismo
e o filho dele Eduardo por ameaçar uma jornalista. Ela, porém, ainda
está no páreo, afirma o ministro. O anúncio deve ser feito até o dia 16,
segundo disse o presidente nesta sexta-feira, 9.
Além da Secretaria-Geral, Oliveira acumula o comando da Subchefia de
Assuntos Jurídicos, por onde passam todas as medidas provisórias,
decretos e projetos que o governo envia ao Congresso. Também é o
interlocutor do Palácio do Planalto com o Supremo, que, em sua opinião,
está “politizado”.
Recado dado.
Estadão Conteúdo
Registe-se aqui com seu e-mail
ConversãoConversão EmoticonEmoticon