O procurador Carlos Fernando, que integrava a Lava Jato e é
notavelmente agressivo quando enfrenta alguém que se opõe às suas
diatribes retóricas, participou de um debate sobre a operação com o
advogado Walfrido Warde no programa “GloboNews Painel”, conduzido pela
jornalista Renata Lo Prete.
Warde debate com lhaneza, o que não quer dizer que não tenha
entendido a tática do oponente da ora. Deixou-o tão à vontade,
estimulando-o a ser quem era, que Carlos Fernando resolveu abrir o jogo.
Admitiu o que observadores atentos sempre souberam, incluindo
certamente Warde, embora os integrantes da operação jamais o tenham
admitido: a operação tinha um candidato. E seu nome era Jair Bolsonaro.
Indagado por Renata sobre o alinhamento, Carlos Fernando Respondeu:
“Infelizmente, no Brasil, nós vivemos um maniqueísmo, né? Então nós
chegamos… Inclusive, no sistema de dois turnos, faz com que as coisas
aconteçam dessa forma. É evidente que, dentro da Lava Jato, dentro
desses órgãos públicos, de centenas de pessoas, existem lava-jatistas
que são a favor do Bolsonaro. Muito difícil seria ser a favor de um
candidato que vinha de um partido que tinha o objetivo claro de destruir
a Lava Jato. Seria muito difícil acreditar que…
Renata interrompe: “Você está se referindo a Fernando Haddad?” E
Carlos Fernando retoma: “A Fernando Haddad, obviamente. Então nós
vivemos este dilema: entre a cruz e a caldeirinha; entre o diabo e o
coisa ruim, como diria o velho Brizola. Nós precisamos parar com isso.
Nós realmente temos que ter opções. Infelizmente, um lado escolheu o
outro. E, naturalmente, na Lava Jato, muitos entenderam que o mal menor
era Bolsonaro. Eu creio que essa era uma decisão até óbvia, pelas
circunstâncias que Fernando Haddad representava justamente tudo aquilo
que nós estávamos tentando evitar, que era o fim da operação. Agora,
infelizmente, o Bolsonaro está conseguindo fazer”.
Nossa...
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