Os proprietários do site pornô Pornhub, o maior site de conteúdo
adulto do mundo, estão lucrando com “pornografia de vingança” e deixando
de remover os vídeos desse tipo, apurou a BBC News.
A pornografia de vingança é a distribuição, principalmente online e
sem consentimento, de imagens ou vídeos sexualmente explícitos de uma
pessoa. O objetivo é causar angústia ou constrangimento.
O material normalmente é exposto por um ex-parceiro, mas também pode
ter sido roubado do arquivo digital da vítima ou de sistemas de
armazenamento em nuvem.
Uma mulher, Sophie (nome fictício), disse que se sentiu “violada”
depois que vídeos com ela foram expostos e vistos por centenas de
milhares de pessoas no Pornhub.
Uma campanha na web apelidada de #NotYourPorn (Não é o seu pornô, em
tradução livre), tem afirmado que esse tipo de conteúdo permitiu que a
empresa canadense MindGeek, proprietária do Pornhub, obtivesse maiores
receitas com publicidade.
O Pornhub disse que “condena veementemente” a pornografia de
vingança. E acrescentou que o site “tem a política contra pornografia de
vingança mais progressista do setor”.
A empresa disse que não conseguiu encontrar “nenhum registro de
nenhum e-mail” de Sophie pedindo que os vídeos em que aparece fossem
retirados do site, mas disse estar em contato com a jovem e “ansiosa
para resolver esse problema juntos”.
‘Chocada e envergonhada’
Sophie disse ao programa Victoria Derbyshire, da BBC, que descobriu o conteúdo há quase dois anos.
Ela estava com sua família quando checou o telefone para encontrar chamadas e mensagens perdidas.
O parceiro de sua irmã havia encontrado vídeos de Sophie no Pornhub e
a avisou. Um deles estava no top 10 de mais vistos com centenas de
milhares de visualizações.
“Me senti chocada, envergonhada e violada”, disse ela.
Sophie já havia feito seis vídeos com seu ex-parceiro – mas eles
terminaram há vários anos e ela não deu a ninguém consentimento para
colocá-los na internet.
Uma semana depois de tomar conhecimento dos vídeos exibidos no Pornhub, a empresa retirou o conteúdo do ar.
No entanto, a aparição desses seis vídeos no Pornhub deu a alguém a
oportunidade de criar cerca de 100 novos vídeos menores, que foram
depois republicados no site.
Mas quando ela relatou o problema ao site, a empresa “não ajudou muito”, disse Sophie.
Ela foi colocada em contato com outra empresa, que lida com os
pedidos do Pornhub de retirar vídeos. Porém, Sophie disse que também não
recebeu resposta.
Ela também foi à polícia. Até o momento, ninguém foi indiciado.
Kate Isaacs, da campanha #NotYourPorn, disse que o pornô de vingança
costumava ser rotulado no Pornhub como conteúdo “amador” ou “caseiro” –
dois termos populares de pesquisa de vídeos que tornaram o site mais
valioso para os anunciantes.
O efeito na família
Quando Sophie descobriu os vídeos online, ela estava em um novo
relacionamento – e isso pressionou o casal. Os amigos de seu parceiro
tiraram sarro dele por causa dos vídeos no Pornhub, ela disse.
Sophie também tem uma filha adolescente, que, segundo ela, “não é mais a mesma desde então”.
O vice-presidente do Pornhub, Corey Price, disse à BBC que “o
conteúdo que viola diretamente nossos termos de serviço é removido assim
que tomamos conhecimento”.
“Em 2015, para garantir ainda mais a segurança de todos os nossos
fãs, adotamos oficialmente uma postura dura contra a pornografia de
vingança, que acreditamos ser uma forma de agressão sexual, e
introduzimos um formulário de envio para a fácil remoção de conteúdo
(postado de forma) não consensual”, disse Price.
“Também usamos um software avançado de impressão digital de
terceiros, que verifica todos os novos envios em busca de possíveis
correspondências para material não autorizado e garante que o vídeo
original não volte para a plataforma”, afirmou o executivo.
Tenso...
BBC
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