O grupo de deputados que analisa um dos projetos do pacote anticrime do ministro da Justiça, Sergio Moro, derrubou a proposta do excludente de ilicitude. A emenda foi proposta pelo deputado federal Marcelo Freixo (PSOL-RJ).
A medida garante a redução ou mesmo isenção de pena a policiais
que causarem morte durante a atividade ou para civis que cometerem
excessos sob o pretexto de escusável medo, surpresa ou violenta emoção. O
trecho foi derrubado por nove votos contra cinco.
A polêmica em torno da questão voltou à tona após o
assassinato da menina Ágatha Vitória Sales Félix, de 8 anos, baleada no
interior de um automóvel no Complexo do Alemão, no Rio, na semana
passada.
Familiares acusaram policiais de terem dado o tiro fatal. No
fim de semana, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), afirmou
que a questão deveria ser tratada com cuidado e critério e, na
terça-feira (24) afirmou que a medida é “um instrumento perigoso”.
Durante a sessão, Freixo afirmou que a questão valeria tanto
para policiais quanto para civis. “Qual a contribuição que daríamos à
sociedade ao aprovar isso? A legislação atual já dá segurança jurídica
aos policiais” questionou.
Ele afirmou ainda ser uma coincidência que a votação sobre a
excludente de ilicitude aconteça logo após um caso chocante como o da
menina Ágatha.
“As nossas opiniões não forma modificadas em razão desse grave
episódio, nossas opiniões já foram debatidas ao longo do trabalho desse
grupo. Há uma coincidência dessa votação neste momento.
Apesar de dar como certa a aprovação da emenda e a consequente
rejeição da excludente de ilicitude, o relator do projeto, o deputado
Capitão Augusto (PL-SP) fez um apelo aos seus colegas para que o trecho
fosse mantido no projeto.
“É uma grande falácia dizer que seria uma licença para matar. É
para que, quem agiu em legítima defesa, que é a vítima, que ele não
seja punido pelo excesso”, disse. “Quem vai perder são os policiais e as
vítimas”, completou.
Votaram a favor da derrubada da excludente de ilicitude os
deputados: Fábio Trad (PSD-MS), Gilberto Abramo (Republicanos-MG), Hildo
Rocha (MDB-MA), Lafayette de Andrada (Republicanos-MG), Marcelo Freixo
(Psol-RJ), Margarete Coelho (PP-PI), Orlando Silva (PCdoB-SP), Paulo
Abi-Ackel (PSDB-MG) e Paulo Teixeira (PT-SP).
Votaram contra: Adriana Ventura (Novo-SP), João Campos
(Republicanos-GO), Subtenente Gonzaga (PDT-MG), Coronel Chrisóstomo
(PSL-RO) e o relator, Capitão Augusto (PL-SP).
O grupo ainda decidirá sobre outra emenda que considera como
legítima defesa o agente de segurança que, em conflito armado ou em
risco iminente de conflito armado, previne injusta e iminente agressão a
direito seu ou de outra pessoa.
Deputados na pauta.
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