O governo vai condicionar a liberação
de verbas para emendas parlamentares e a distribuição de cargos nos
Estados ao apoio no Congresso. Para medir a taxa de fidelidade ao
presidente Jair Bolsonaro, o Palácio do Planalto começou a monitorar as
redes sociais de deputados e senadores, bem como os discursos feitos na
tribuna, além de acompanhar a votação de cada um no plenário.
A ideia é usar até R$ 2 bilhões dos cerca de R$ 15 bilhões do Orçamento
que devem ser desbloqueados nas duas próximas semanas para pagar emendas
prometidas quando a reforma da Previdência começou a ser discutida, mas
as negociações incluem agora uma espécie de compromisso de adesão a um
“pacote” de interesse do governo.
O maior foco de tensão está no Senado, que ainda vai apreciar as
mudanças nas regras da aposentadoria. É por lá também que passará a
indicação do deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), filho do presidente,
para o cargo de embaixador nos Estados Unidos.
Dois senadores aliados de Bolsonaro afirmaram que Eduardo ainda não tem
votos suficientes para ter o nome aprovado e consideraram “prudente”
esperar o pagamento de emendas, que deve ocorrer em outubro, quando a
equipe econômica destravar parte dos recursos do Orçamento.
Primogênito do presidente, o senador Flávio Bolsonaro (PSL-RJ) tem
atuado como uma espécie de ministro dos bastidores no Congresso. Na
tentativa de quebrar as resistências, ele tem levado o irmão em
jantares, como ocorreu recentemente na casa do senador Lucas Barreto
(PSD-AP), para que o caçula fale sobre seus planos nos EUA.
Além do interesse em aprovar Eduardo para a embaixada americana, Augusto
Aras para o comando da Procuradoria-Geral da República e a reforma da
Previdência, o Planalto também tenta impedir a abertura da CPI da Lava
Toga no Senado, que tem o objetivo de investigar o chamado “ativismo
judicial”.
Na Câmara, deputados já foram avisados que o governo está de olho em
tudo o que os parlamentares publicam nas redes sociais e não fará
“concessões” a quem agir como oposição. O vereador Carlos Bolsonaro
(PSC-RJ), filho “02” do presidente, também é conhecido por “inspecionar”
as redes e influenciar a comunicação do Planalto.
Responsável pela articulação política com o Congresso, o ministro-chefe
da Secretaria de Governo, general Luiz Eduardo Ramos, fez um périplo
pela Câmara, nesta semana, e teve vários encontros a portas fechadas.
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