O ministro da Educação, Abraham Weintraub, voltou a criticar as
universidades federais e defendeu o ensino técnico em evento nesta
segunda-feira (7) em São Paulo.
“A escola pode ensinar um ofício. Aí vem o preconceito desses
‘intelectualóides’ que acham que escola técnica não é boa porque ensina
ofício. Tem que ser doutor. Está cheio de doutor sem emprego, mas é
difícil ter um bom encanador passando fome ou na fila do Bolsa Família. É
difícil um eletricista, um técnico bom, que não consegue se virar”,
disse Weintraub.
O Brasil registrou 12,6 milhões de desempregados no trimestre
encerrado em agosto, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística (IBGE).
De acordo com Weintraub, o governo federal vai lançar nesta
terça-feira (8) um novo programa nacional para incentivar o ensino
técnico no Brasil. “Nossa meta até o final do governo é aumentar em 80% o
número de alunos no ensino técnico”.
O ministro deu as declarações durante a entrega de 180 ônibus
escolares a 144 municípios do estado de São Paulo no programa do
Ministério da Educação (MEC) chamado “Caminhos da Escola”. O
investimento de R$ 40,7 milhões foi liberado por meio de emendas
parlamentares de deputados federais.
Weintraub voltou a afirmar que a prioridade do governo Jair Bolsonaro
(PSL) é a educação infantil e criticou as universidades federais, que
já passaram por dois grandes contingenciamentos de verbas desde abril,
que somam R$ 6,1 bilhão.
“Tenho sofrido críticas porque falo que a Educação tem que ser
prioritária para creches e pré-escola e não para universidade federal.
Mas cada universidade federal custa mais de R$ 3 bilhões por ano. Com
uma delas a gente põe todas as crianças na creche na pré-escola”, diz.
Na semana passada, o MEC anunciou a liberação de R$ 1,99 bilhão da
pasta que será destinado, principalmente, para universidades e
institutos federais. Ao todo, R$ 3,8 bilhões ainda seguem bloqueados.
O ministro disse ainda que assumiu o MEC após “décadas de destruição,
bagunça e balbúrdia” e que sua gestão está redefinindo gastos do
“recurso escasso”.
“É uma turma [das universidades federais] que recebia bilhões como se
não houvesse amanhã e pede mais R$ 50 milhões, R$ 60 milhões, enquanto
está faltando ônibus para crianças”.
Weintraub afirmou que manterá, no entanto, o orçamento das
universidades federais para o ano que vem, mas não detalhou se haverá
mais contingenciamento de verbas.
“A gente não quer aumentar [o recurso]. A gente quer manter.
Inclusive está no orçamento que foi enviado para o Congresso que a gente
mantém o orçamento delas”.
Para obter mais recursos, segundo o ministro, as universidades devem
recorrer ao Future-se, programa do MEC que pretende aumentar a
participação privada no orçamento das federais. A proposta ainda está
sob consulta pública, mas já levantou críticas de que pode ferir a
autonomia de gestão.
“No Future-se, quem quiser mais recurso pode buscar na iniciativa
privada. A consulta pública é feita justamente para escutar a sociedade,
fechar uma nova proposta e encaminhar para o Congresso. O Congresso
soberano vai decidir o que fazer”, diz.
Nossa...
G1
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