Os jornalistas Augusto Nunes e Glenn Greenwald, fundador do site The
Intercept Brasil, trocaram socos durante o programa Pânico, da rádio
Jovem Pan, nesta quinta-feira (7).
Os dois iniciaram uma dura discussão, quando Glenn passou a chamar
Nunes de covarde, que então partiu para a agressão física. “Você é um
covarde, Augusto Nunes. Você é um covarde”, disse Glenn.
Nunes responde: “Se falar em covarde… Eu vou te mostrar”. Nesse
momento, Augusto agride Glenn. “Eu te mostro o que é covarde. Eu te
mostro quem tem coragem [inaudível]. Eu te mostro quem tem”, seguiu
Nunes. Glenn, em seguida, parte para cima e tenta acertar um soco no
rosto de Nunes.
Greenwald é fundador do The Intercept Brasil, site que publicado uma
série de reportagens baseadas em mensagens trocadas no aplicativo
Telegram por procuradores da força-tarefa da Operação Lava Jato e pelo
ex-juiz Sergio Moro, hoje ministro da Justiça.
As mensagens obtidas pelo Intercept e divulgadas até este momento
pelo site e por outros órgãos de imprensa, como a Folha, expuseram a
proximidade entre Moro e os procuradores da Lava Jato e colocaram em
dúvida a imparcialidade como juiz do atual ministro da Justiça no
julgamento dos processos da operação.
Quando as primeiras mensagens vieram à tona, em 9 de junho, o
Intercept informou que obteve o material de uma fonte anônima, que pediu
sigilo. O pacote inclui mensagens privadas e de grupos da força-tarefa
da Operação Lava Jato em Curitiba, no aplicativo Telegram, a partir de
2015.
Em resumo, no contato com os procuradores, Moro indicou testemunha
que poderia colaborar para a apuração sobre o ex-presidente Lula,
orientou a inclusão de prova contra um réu em denúncia que já havia sido
oferecida pelo Ministério Público Federal, sugeriu alterar a ordem de
fases da operação Lava Jato e antecipou ao menos uma decisão judicial.
Moro tem repetido que não reconhece a autenticidade das mensagens, mas que, se verdadeiras, não contêm ilegalidades.
Confira abaixo o que eles disseram antes das agressões físicas:
Glenn – Eu acredito [em] fazer diálogo com qualquer
um, inclusive com Augusto Nunes. […] Mas tem limites. E nós temos muitas
divergências políticas. Eu não tenho problema nenhum com sendo
criticado por meu trabalho. Eu critico ele também. Mas o que ele fez,
ele disse neste canal, Jovem Pan, foi a coisa mais feia e mais suja que
eu vi na minha carreira como jornalista. […] Ele disse que um juiz de
menores deveria investigar nossos filhos e decidir se nós deveríamos
perder nossos filhos, se eles deveriam voltar para um abrigo, com base
nenhuma. Acusando que nós estamos abandonando, fazendo negligência com
nossos filhos. A coisa mais nojenta que eu vi na minha vida. Eu quero
saber se você acredita ainda que um juiz de menores deveria investigar
nossa família, com possibilidade de tirar nossos filhos da nossa casa e
voltar eles para o abrigo, sem pai, sem mãe, sem família nenhuma. Você
acredita nisso?
Augusto – Essa é a prova de que o Brasil criou o
faroeste à brasileira, né? É quem tem que se explicar, é quem comete
crimes que fica cobrando quem age honestamente. Ouçam o que eu disse.
Primeiro vocês vão perceber que ele ainda não sabe identificar ironias.
Não sabe identificar um ataque bem-humorado. E eu convido ele a provar
em que momento eu pedi que algum juizado fizesse isso. Eu disse apenas
que o companheiro dele passa o tempo em Brasília, ele passa o tempo todo
lidando com material roubado. E eu falei: quem é que vai cuidar dos
filhos? Era isso. É isso.
Glenn – Você é um covarde, você é um covarde. Eu vou falar por que você é um covarde.
Augusto – Não fala de covardia comigo.
Glenn – Você é um covarde, Augusto Nunes. Você é um covarde.
Augusto – Se falar em covarde… Eu vou te mostrar.
[Nesse momento, Augusto agride Glenn.] Eu te mostro o que é covarde. Eu
te mostro quem tem coragem [inaudível]. Eu te mostro quem tem.
Nossa..
Folha de São Paulo
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