O maior aumento do desmatamento
em 11 anos, crises internacionais causadas por palavras atravessadas do
alto escalão do governo federal, ataques verbais e reais à ONGs e indígenas, e a perda de verbas internacionais: o ano de 2019 não foi exatamente fácil para a Amazônia.
Quem dá o panorama é o professor Ricardo Galvão, professor de Física
Nuclear na Universidade de São Paulo (USP), que, a partir de dados
obtidos pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), tornou
pública a situação de aumento desenfreado no desmatamento da Amazônia.
Em entrevista à CartaCapital, Galvão conta que enviou
ofícios com informações para os ministérios do Meio Ambiente (MMA) e
Ciência e Tecnologia (MCTIC), mas que não recebeu respostas.
Já no auge da crise que custou sua exoneração da direção do
Instituto, chegou a questionar o porquê do MMA não utilizar de planos
embasados em pesquisas científicas para promover o desenvolvimento
sustentável na região amazônica. A retórica de Ricardo Salles foi a
esperada, mas não deixou de ser menos “triste”, diz o professor: a
ideologia “de esquerda” dos cientistas invalidaria os estudos.
Mesmo assim, Ricardo Galvão não deixa de acreditar na relevância dos
cientistas em se esforçarem para atingir uma parcela da população que,
nas redes sociais, é bombardeada por diversos tipos de “teorias” não
exatamente científicas. A retórica de negacionistas como Olavo de
Carvalho, o grande guru bolsonarista, precisa ser respondida com
ciência.
“É preciso ter uma abertura para explicar por que essas questões são
relevantes. Sem a Amazônia, nós perdemos a nossa biodiversidade, toda a
nossa agricultura, perdemos o controle do meio ambiente. Desenvolver o
Brasil sem a Amazônia é cortar totalmente o nosso futuro”, diz Galvão,
recém-nomeado pela revista Nature como um dos maiores destaques da ciência mundial em 2019.
Tem moral pra falar do tema seu moço.
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