O general Luiz Eduardo Ramos, ministro palaciano responsável pela
coordenação política do governo, disse ao Estadão que “seria imbatível”
na sucessão de 2022 uma chapa encabeçada por Jair Bolsonaro com Sergio
Moro de vice. “Ganhava no primeiro turno, disparado”, apostou.
Quem olha de longe fica com a impressão de que nasce no Planalto um
movimento para desligar da tomada o projeto Moro-2022. A polarização
Bolsonaro X Lula já encheu o saco de muita gente. Tomado pelas pesquisas
que lhe atribuem prestígio superior ao do chefe, o ministro da Justiça é
visto por um pedaço do eleitorado como uma opção para quebrar o jogo
viciado que está sobre o pano verde.
Moro já gastou baldes de saliva negando sua condição de candidato.
Entretanto, se for flechado pela Segunda Turma do Supremo Tribunal
Federal no julgamento em que Lula pede a sua suspeição no caso do
tríplex, ficará mais próximo de um palanque do que de uma poltrona de
ministro da Suprema Corte.
Submetido ao cheiro de queimado, Bolsonaro não perde oportunidade de
reiterar sua intenção de indicar para o Supremo um magistrado
“terrivelmente evangélico”. Sua obsessão faz do ministro André Luiz
Almeida (AGU), evangélico de mostruário, uma suprema indicação esperando
na fila para acontecer.
É contra esse pano de fundo que o general Ramos exibe a Moro a porta
de emergência que conduz à vice. Caso as pesquisas continuem lhe
sorrindo, o ex-juiz de Curitiba terá três anos para ensaiar uma singela
interrogação: “Por que não uma chapa encabeçada por mim?”
Esse não merece confiança seu moço...
Josias de Souza
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