A pedido do presidente Jair Bolsonaro, o Ministério de Minas e
Energia avalia alternativas para subsidiar a conta de luz de grandes
templos religiosos. A pasta confirmou que está “estudando o assunto”.
Uma minuta de decreto, espécie de documento prévio, foi elaborada e
enviada ao Ministério da Economia, que resiste à ideia por contrariar a
agenda reformista do ministro Paulo Guedes, defensor da redução desse
tipo de benefício. A informação foi antecipada nesta sexta-feira pelo
jornal O Estado de S. Paulo.
A intenção do governo é reduzir a conta de luz de consumidores de
maior demanda, conectados à alta tensão, como basílicas e catedrais, que
pagam tarifas mais caras no chamado horário de ponta, justamente quando
acontecem algumas celebrações religiosas. O objetivo seria o de
equivaler as tarifas mais caras, dos horários de maior consumo, às
cobradas no restante do dia. O horário de ponta varia de acordo com cada
distribuidora, mas costuma durar três horas seguidas, entre o fim da
tarde e o início da noite nos dias de semana.
Apesar de ser direcionada a todos os templos religiosos, o alvo
principal da medida são os evangélicos, com uma bancada que é uma das
principais bases de apoio ao governo Bolsonaro. Em entrevista a VEJA, o
bispo Robson Rodovalho, fundador da Sara Nossa Terra, defende que o
presidente é “o primeiro a dar real importância às igrejas”, e que um
subsídio desta natureza não havia sido discutido antes por “falta de
vontade política”. “As igrejas sempre foram preteridas, por
preconceito”, diz. No caso da Sara Nossa Terra, conta que usa geradores
próprios para os ares condicionados, além de lâmpadas LEDs automáticas.
“São poucos os templos grandes e pessoalmente, acredito que o impacto na
economia seria pequeno”, diz.
Sócio-fundador e diretor do Centro Brasileiro de Infra Estrutura
(CBIE), Adriano Pires, discorda da medida. “Se adotada, é absurda. Não
dá para governar refém de grupos de interesses, porque uma hora vai ser a
igreja, outra será os caminhoneiros, outra as montadoras”, diz Pires,
que é especialista no setor de energia. Reforça que o valor que os
templos deixariam de pagar teria de ser custeado por outros
consumidores. “É preciso lembrar que a economia é um jogo de soma zero.
Se um não paga, o outro paga por dois. E como o governo justificaria,
por exemplo, que vai subsidiar energia das igrejas e não de escolas ou
de hospitais?”, completa.
Se prosperar, este não será o primeiro afago de Bolsonaro à
comunidade evangélica. Com o aval do presidente, o Congresso aprovou no
ano passado um projeto que garante incentivos fiscais às igrejas até
2032, e, por decreto, liberou os templos de realizar adaptações para
garantir a acessibilidade em áreas destinadas ao altar e ao batistério.
Além disso, em julho, manifestou a intenção de indicar um presidente
“terrivelmente evangélico” ao Supremo Tribunal Federal (STF).
Detalhe: Macedo, Waldomiro, Soares e Malafaia agradecem seu moço.
Detalhe II: Toda ação de Bolsonaro é pensando em votos, fato.
Esse presidente é uma onda seu moço.
Veja
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