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* Líder supremo do Irã diz que morte de general é 'escalada perigosa'; presidente fala em vingança.

O líder supremo do Irã, o aiatolá Ali Khamenei, disse nesta sexta-feira (3) que a morte de Qassem Soleimani, chefe de uma unidade da Guarda Revolucionária iraniana e também um dos homens mais poderosos do país, aumenta a motivação da resistência contra os Estados Unidos e Israel.
Soleimani foi vítima de um ataque aéreo americano no Aeroporto Internacional de Bagdá, no Iraque, na quinta (2). O Pentágono informou que o bombardeio tinha a missão de matar o general iraniano e foi uma ordem do presidente Donald Trump.
“Todos os inimigos devem saber que a jihad de resistência continuará com uma motivação dobrada, e uma vitória definitiva aguarda os combatentes na guerra santa”, disse Khamenei em comunicado divulgado pela TV, no qual pediu três dias de luto nacional.
O Irã geralmente se refere a países e forças regionais opostos a Israel e aos EUA como uma frente de "resistência".
Qassem Soleimani, de 62 anos, era major-general da Força Al Quds, unidade especial da Guarda Revolucionária, e apontado como o cérebro por trás da estratégia militar e geopolítica do país. Ele era muito próximo do líder supremo do Irã, o aiatolá Ali Khamenei, e sobreviveu a diversas tentativas de assassinato nas últimas décadas.
Sob liderança de Soleimani, o Irã reforçou o apoio ao Hezbollah (no Líbano) e outros grupos militantes pró-iranianos, expandiu a presença militar do Irã no Iraque e na Síria e organizou a ofensiva da Síria contra grupos rebeldes durante a guerra civil que assola o país. 

'Vingança'

O presidente iraniano, Hassan Rouhani, disse que agora o país estará mais determinado a resistir aos EUA e prevê vingança.
"O martírio de Soleimani tornará o Irã mais decisivo para resistir ao expansionismo americano e defender nossos valores islâmicos. Sem dúvida, o Irã e outros países que buscam a liberdade na região se vingarão", afirmou Rouhani.
O ex-comandante da Guarda Revolucionária do Irã Mohsen Rezaei prometeu "vingança vigorosa contra a América" pelo assassinato de Qassem Soleimani. 

"Suleimani se juntou a seus irmãos martirizados, mas nos vingaremos vigorosamente dos EUA", disse Rezaei, que agora é secretário de um órgão estatal. 

A morte do general iraniano é uma "escalada extremamente perigosa e imprudente", advertiu o ministro iraniano das Relações Exteriores, Mohammad Javad Zarif. 

O ataque

O bombardeio americano teve como alvo um comboio de veículos dentro do perímetro no Aeroporto Internacional de Bagdá e matou pelo menos sete pessoas, de acordo com fontes das forças de segurança iraquianas. Entre as vítimas, está Abu Mahdi al-Muhandis, chefe das Forças de Mobilização Popular do Iraque, milícia apoiada pelo Irã. 

Os dois serão enterrados no sábado. Iraque e Irã decretaram três dias de luto.

A embaixada dos Estados Unidos em Bagdá recomendou a seus cidadãos que deixem o Iraque "imediatamente". 

Alta no petróleo

A notícia do ataque provocou uma alta dos preços do petróleo na Ásia. O petróleo iraniano está submetido a sanções americanas desde que o presidente Donald Trump retirou os Estados Unidos do acordo nuclear de 2015. 

Acrescente influência de Teerã no Iraque, o segundo maior produtor da Opep, gera o temor entre os especialistas de um isolamento diplomático e de sanções políticas e econômicas.
Aiatolá Ali Khamenei, líder supremo do Irã. — Foto: Morteza Nikoubazl/Reuters 
G1
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