João Doria ficou irritado com o “desafio” lançado por Jair Bolsonaro
aos governadores, mais cedo, ao falar sobre o preço dos combustíveis.
O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), disse nesta
quarta-feira (5) ao blog que a postura do presidente Jair Bolsonaro ao
desafiar os governadores a zerarem o ICMS sobre combustíveis é
“populista” e “uma tentativa de transferir a responsabilidade” para
solução do problema para os Estados.
“Gestão
se faz com responsabilidade, não com populismo. É preciso ter cuidado.
Muitos Estados estão em grave crise fiscal e zerar o ICMS seria de uma
grande irresponsabilidade. Não é responsável que Bolsonaro transfira a
responsabilidade para os governadores”, afirmou Dória.
Segundo
o governador de São Paulo, outros colegas já manifestaram logo cedo
manifestações de repúdio “ao desafio” feito pelo presidente. Segundo
eles, se o presidente realmente quer resolver o problema, deveria
chama-los para uma conversa e negociação, e não ficar fazendo desafios
públicos.
Na
avaliação de governadores, o presidente tenta jogar a população contra
eles. Para eles, a mensagem que o presidente passa é a de que os
governadores é que não desejam resolver o problema. E, com isso, fica
bem com a opinião pública e joga o desgaste para os Estados.
A
fala do presidente foi uma reação a uma nota divulgada nesta semana por
governadores, dizendo que não era possível atender aos pedidos do
presidente de modificar a tributação do ICMS sobre os combustíveis da
bomba para as refinarias.
No
texto, os governadores disseram que o ICMS responde por boa parte da
receita dos Estados e mudar a sistemática colocaria em risco a situação
de alguns deles. Eles defenderam, então, que o presidente zerasse a
cobrança de PIS/Cofins e Cide sobre os combustíveis. No caso do diesel, a
Cide já está zerada. No da gasolina, PIS/Cofins tem uma alíquota de
15%.
A
maior parcela de tributos fica realmente por conta do ICMS, que varia
de 25% (caso de São Paulo) a 34% (Rio de Janeiro). Os governadores dizem
que qualquer mudança nas alíquotas precisa ser discutida dentro da
reforma tributária, buscando um equilíbrio fiscal não só da União como
também dos Estados.
Ex-aliados.
Blog Valdo Cruz – G1
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