A Rua Guaicurus, no centro de Belo Horizonte (MG),
é uma das muitas da cidade que ficaram desertas desde o decreto
municipal publicado no dia 20 de março que proíbe o funcionamento de
parte do comércio da cidade. A medida é uma tentativa de evitar as
aglomerações e a proliferação do novo coronavírus.
Conhecida como “zona boêmia”, a região tem dezenas
de pequenos hotéis que funcionam como pontos de prostituição. A pandemia
também afastou os clientes fazendo com que estes locais fechassem as
portas.
“Muitas prostitutas vivem nestes hotéis. E tentam se manter como
podem. Tem gente que não têm dinheiro nem para comer mais”, disse Cida
Vieira, presidente da Associação das Prostitutas de Minas Gerais (Aprosmig).
De acordo com a entidade, cerca de três mil mulheres foram impactadas
ela crise do novo coronavírus. Além das prostitutas que moram nos
hotéis na região da Guaicurus, muitas sobrevivem nas ruas da cidade.
Outras voltaram para suas casa na Grande BH e até no interior.
“Tem conta chegando, né? E muitas
escondem a profissional para as famílias. Como explicar agora o porquê
da falta de dinheiro? A gente tem tentado ajudar, fazendo doações”,
disse Cida.
A Aprosmig tem feito campanha de arrecadação de cestas básicas e
produtos de higiene como sabão e álcool em gel. “A gente fala para elas
ficarem em casa. Para se protegerem. É um período difícil. Eu diria até
caótico”, disse a presidente da entidade.
A Associação Brasileira de Bares e Restaurantes em Belo Horizonte
(Abrasel) e a Cruz Vermelha também chegaram a doar mantimentos e
produtos de limpeza para 60 mulheres que trabalham na zona boêmia.
Vida boêmia...
G1
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