Com 3.434 mortes causadas pelo novo coronavírus, a Espanha já é o
segundo país do mundo com mais casos fatais da doença, ficando atrás
apenas da Itália, onde há ao menos 6.820 mortos. Nas últimas 24 horas,
segundo o Ministério da Saúde espanhol, foram registradas 738 novas
vítimas, 27% a mais que na véspera, seu maior saldo desde o início na
pandemia. Com isso, o país europeu ultrapassou as 3.287 mortes na China,
marco zero da doença.
De acordo com os dados divulgados pelo governo espanhol nesta
quarta-feira, 7.937 pessoas foram diagnosticadas com a doença no país
nas últimas 24 horas, 20% a mais que na véspera, elevando o número de
casos totais para 47.610. Há ainda 3.166 pessoas em unidades de terapia
intensiva, 20% a mais que na véspera. O número de infectados que recebeu
alta, por sua vez, também aumentou cerca de 41%, chegando a 5.367.
A região da Catalunha superou Madri como a área com o maior número de
casos diagnosticados, registrando respectivamente 1.221 e 1.939 casos
na segunda e na terça-feira, enquanto os casos diagnosticados na capital
foram 873 e 1.777. Apesar dos números absolutos em Madri continuarem
maiores, o grande crescimento dos casos nos arredores de Barcelona é
preocupante. Segundo José María Martín Moreno, professor de medicina da
Univesidade de Valência, disse ao El País, o impacto era esperado pois a
região é bastante popular entre turistas do norte da Itália, epicentro
dos casos no país.
Segundo o diretor do Centro de Coordenação de Emergências Sanitárias
do Ministério de Saúde, Fernando Simón, no entanto, o aumento diário no
número de mortes parece ter se estabilizado na casa dos 20%, algo que
indica que o pico da pandemia estaria próximo, apesar de atrasos e
problemas na contabilidade dos dados. A espectativa do governo é que as
medidas de isolamento comecem a se refletir nos números nos próximos
dias, com uma redução na taxa de novos casos diagnosticados.
A Espanha declarou “estado de alarme” em 14 de março, medida em vigor
no dia seguinte e vale até o dia 29 deste mês. O governo do
primeiro-ministro Pedro Sánchez, no entanto, foi ao Congresso solicitar
que o prazo seja estendido até o dia 11 de abril. A votação deverá
ocorrer ainda nesta quarta-feira, e a expectativa é que a ação do
governo não encontre resistência.
Os cidadãos que descumprirem as restrições, pondo em risco a saúde
pública, ficam sujeitos a multas entre 100 e 600 mil euros e penas de
prisão de três meses a um ano. Nas últimas 24h, segundo o diretor de
polícia José Ángel González, 55 pessoas foram presas e 6.039 multas
foram aplicadas.
Isso não é brincadeira.
O Globo
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