O clima esquentou neste sábado, em Brasília, numa reunião em que o
ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, apresentou cenários possíveis
para a doença no Brasil e advertiu Jair Bolsonaro. Segundo relata a
jornalista Eliane Cantanhêde, em reportagem
publicada no Estado de S. Paulo, Mandetta afirmou que, se morrerem mil
pessoas, será o correspondente à queda de quatro Boeings. Depois,
perguntou: “Estamos preparados para o pior cenário, com caminhões do
Exército transportando corpos pelas ruas? Com transmissão ao vivo pela
internet?”, questionou.
Mandetta fez um apelo para o presidente criar “um ambiente favorável”
para um pacto entre União, Estados, municípios e setor privado para
todos agirem em conjunto, unificar as regras e medidas e seguir sempre
critérios científicos. O ministro também pediu a Bolsonaro para não
menosprezar a gravidade da situação nas suas manifestações públicas e,
por exemplo, não insistir em ir a um metrô ou um ônibus em São Paulo,
como chegou a aventar em entrevista coletiva. Mandetta deixou claro que,
se o presidente fizesse isso, seria obrigado a criticá-lo. E Bolsonaro
rebateu que, nesse caso, iria demiti-lo, segundo relata a jornalista.
"Mandetta também disse que ele e sua equipe não vão pedir demissão no
meio da crise, mas estão prontos a sair depois dela se for o caso. Ele,
inclusive, se colocou à disposição para assumir a função de 'bode
expiatório', em caso de fracasso, e se comprometeu a não capitalizar
politicamente, em caso de sucesso. Disse que não tem ambições políticas
nem reivindica nenhuma posição de destaque", aponta ainda a reportagem.
Mandetta e Bolsonaro...
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