A Magnamed, fabricante paulista de ventiladores pulmonares, um dos
equipamentos mais necessários em meio à pandemia do coronavírus, foi
invadida na tarde desta sexta-feira. Acompanhado de funcionários da
guarda municipal, o vice-prefeito e secretário de segurança pública de
Cotia, Almir Rodrigues, entrou na fábrica da companhia e, segundo a
Magnamed, levou 35 ventiladores pulmonares já vendidos e ainda não
testados.
Em nota, A Magnamed afirmou que os equipamentos não estão prontos
para entrar em operação. “Colocá-los [os equipamentos] em funcionamento
significa por em risco os pacientes que, porventura, forem tratados em
UTIs que possuam esses ventiladores”, disse a empresa.
A prefeitura afirmou que a ação foi amparada em decisão judicial que
garante o fornecimento dos equipamentos para estado e município. Diz
ainda que tentou, sem sucesso, contatar a empresa.
Segundo o Secretário Municipal de Assuntos Jurídicos e da Justiça de
Cotia, Victor Marques, profissionais de engenharia da Magnamed que
estavam presentes no momento do confisco disseram que os aparelhos
estavam aptos para uso. Ainda segundo Marques, o município vai pagar os
respiradores à empresa.
O episódio revela uma crescente pressão política sobre a Magnamed,
uma das mais tradicionais fabricantes de equipamentos médicos do país,
com equipamentos exportados para 40 países. A companhia foi fundada por
um trio de engenheiros filhos e netos de imigrantes japoneses — Tatsuo
Suzuki, Wataru Ueda e Toru Kinjo — e tem como investidores os fundos
KPTL e Vox. A expectativa era faturar 58 milhões de reais em 2020, com
60% da receita vinda de dentro do Brasil — números que devem crescer
agora com a crise de saúde no país.
Em outros países, como a Espanha, hospitais privados e fabricantes de
equipamentos médicos chegaram a ser estatizados para garantir a oferta
no período de crise. Os sócios da Magnamed vem buscando uma forma de
expandir a produção com a injeção de recursos. Estão levantando um
pacote de 100 milhões de reais para aumentar a produção a ponto de poder
fornecer metade dos ventiladores necessários para o país durante a
emergência.
Entre o grupo de empresas que se uniram para viabilizar a produção
estão, segundo EXAME apurou o grupo Suzano e as fabricantes de
eletrônicos Flex e Positivo.
O Brasil não está preparado em nenhuma aspecto seu moço...
Exame
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