A velocidade de propagação do novo coronavírus no Brasil surpreendeu o
secretário de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde, Wanderson de
Oliveira. Ele já prevê muitas mortes e disse que a pasta está preparando
instruções para o manejo seguro de cadáveres.
Segundo o último boletim do Ministério da Saúde, com informações
atualizadas às 15h50 desta segunda-feira, há 234 casos confirmados no
Brasil. Os dados podem estar defasados em relação às informações das
secretarias de Saúde locais. No Distrito Federal, por exemplo, a
secretaria informou no domingo que já eram 14 casos confirmados.
— Esperaria 200 (casos) daqui a uma semana, não agora — disse Wanderson.
Depois, afirmou:
— Outras medidas serão necessárias futuramente. Nós precisamos fazer
uma guia e uma instrução, por exemplo, para manejo seguro de cadáveres.
Isso é um coisa em que a gente está trabalhando. A gente pode ter, vai
chegar um momento em que a gente vai ter muito óbitos. Então estamos nos
preparando para todas essas atividades.
Wanderson também disse ser contra medidas para restringir voos.
Segundo ele, tentar impor “barreiras sanitárias” assim não é eficaz. Já o
secretário-executivo do Ministério da Saúde, João Gabbardo dos Reis,
disse que não pensa em fechar as fronteiras.
Na sexta-feira passada, ministros que participaram de reunião para
tratar de ações de enfrentamento ao novo coronavírus defenderam a
possibilidade de fechar a fronteira do Brasil com a Venezuela para
conter o avanço da doença na região. A decisão final não foi tomada até o
momento e depende do aval do presidente Jair Bolsonaro, que não
participou do encontro, realizado no Palácio do Planalto.
Nesta segunda, Gabbardo disse que não participou da reunião nem conversou com o ministro Luiz Henrique Mandetta sobre isso.
— Não estamos pensando em fechar fronteiras, pelo contrário, vamos
agora resolver o problema do navio que está lá em Recife (em que há
casos de coronavírus). Temos dentro do navio dois uruguaios e dois
argentinos e mais dois acho que argentinos que são tribulantes, em torno
de seis sul-americanos. E nós vamos receber esses sul-americanos, vamos
acompanhar seu isolamento em Recife antes de poder encaminhá-los a seus
países de origem — disse Gabbardo.
Isso é muito grave.
O GLOBO
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