Durante a entrevista coletiva diária para prestar informações sobre o
combate ao coronavírus nos EUA, o presidente Donald Trump mencionou a
conversa por telefone que teve com seu colega brasileiro, Jair
Bolsonaro, pela manhã. Ao ser questionado sobre o telefonema por uma
repórter, afirmou que o Brasil “precisa parar” e fez elogios ao governo.
— Ele (Bolsonaro) é um grande cara, fazendo um trabalho maravilhoso
pelo Brasil. Foi um telefonema de cortesia. Ele tem um problema com o
vírus, nos falamos esta manhã. O Brasil está parando, ele tem que parar.
O mundo está parando, alguns países estão se saindo bem. Espero que
possamos sair dessa mais fortes do que nunca.
Em nota divulgada depois da entrevista, a Casa Branca disse que os
dois líderes “ressaltaram a importância de uma coordenação internacional
e parceria contínua, incluindo o compromisso de trabalhar em conjunto
no âmbito do G-20”. Sem mencionar medidas de distanciamento social, a
nota afirma que “os líderes reiteraram a importância de diminuir o
avanço do vírus e proteger vidas através do compartilhamento de
informações, maior preparação e ações conjuntas para o desenvolvimento
de vacinas e tratamentos”. Por fim, os presidentes concordaram em adotar
medidas para proteger o emprego e as economias — Trump ainda agradeceu
pelos esforços para ajudar na repatriação de cidadãos americanos que
estavam no Brasil.
Segundo o chanceler Ernesto Araújo, o presidente dos EUA se colocou à
disposição para cooperar com o Brasil no que for necessário, incluindo
em questões médicas e de logística. Araújo disse que os dois presidentes
não falaram de medidas de distanciamento social ou da declaração dada
ontem por Trump, sobre a possibilidade de a Casa Branca vetar voos
vindos do Brasil.
— O telefonema foi basicamente para uma conversa de reconhecer o
momento difícil e de trocar essa disponibilidade de cooperação — afirmou
o chanceler.
Durante a coletiva na Casa Branca, o líder americano não mencionou as
acusações feitas por vários países, inclusive o Brasil, de que os EUA
estão comprando em massa da China itens usados no combate ao
coronavírus, reduzindo a oferta global de máscaras e gorros. Mais cedo, o
ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, disse que “demos um passo
atrás” na aquisição desses itens fundamentais ao enfrentamento da
Covid-19.
— Hoje os Estados Unidos mandaram 23 aviões cargueiros dos maiores
para a China, para levar o material que eles adquiriram. As nossas
compras, que tínhamos expectativa de concretizar para poder fazer o
abastecimento, muitas caíram — afirmou Mandetta. — A gente espera que a
China volte a ter uma produção mais organizada, e a gente espera que os
países que exercem o seu poder muito forte de compra já tenham saciado
as suas necessidades para que o Brasil possa entrar e comprar a parte
para proteger nosso povo.
Trump.
O Globo
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