O ministro do STJ Rogerio Schietti criticou duramente Jair Bolsonaro
ao rejeitar ação de uma deputada estadual de Pernambuco contra a
quarentena decretada no estado pelo governador Paulo Câmara, do PSB.
“Em nenhum país, pelo que se sabe, ministros responsáveis pela pasta
da Saúde são demitidos por não se ajustarem à opinião pessoal do
governante máximo da nação e por não aceitarem, portanto, ser dirigidos
por crenças e palpites que confrontam o que a generalidade dos demais
países vem fazendo na tentativa de conter o avanço dessa avassaladora
pandemia”, escreveu o ministro.
Em outro trecho, atribuiu o agravamento da pandemia no Brasil ao comportamento do presidente.
“Boa parte dessa realidade se pode creditar ao comportamento de quem,
em um momento como este, deveria deixar de lado suas opiniões pessoais,
seus antagonismos políticos, suas questões familiares e suas desavenças
ideológicas, em prol da construção de uma unidade nacional.”
“O recado transmitido é, todavia, de confronto, de desprezo à ciência
e às instituições e pessoas que se dedicam à pesquisa, de silêncio ou
até de pilhéria diante de tragédias diárias. É a reprodução de uma
espécie de necropolítica, de uma violência sistêmica, que se associa à
já vergonhosa violência física, direta (que nos situa em patamares
ignominiosos no cenário mundial), e à violência ideológica, mais
silenciosa, porém igualmente perversa, e que se expressa nas
manifestações de racismo, de misoginia, de discriminação sexual e
intolerância a grupos minoritários.”
Nossa...
Antagonista
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