ex-governador Robinson Faria fez duras críticas, neste domingo (14), à
atual governadora do Rio Grande do Norte, Fátima Bezerra. De acordo com
ele, a gestão estadual tem sido “omissa” no combate ao novo coronavírus e
tem colocado a política partidária acima do enfrentamento à pandemia.
Em seu programa semanal na Rádio Agreste FM, de Nova Cruz, Robinson
afirmou também que a governadora está “escondida”. Ele cobrou de Fátima
Bezerra ações mais efetivas na área da saúde e o reconhecimento de que o
Governo Federal tem ajudado o Estado.
“O governo (estadual) não está fazendo nada no combate à pandemia.
Não tem resposta. O governo está totalmente omisso. A governadora está
escondida, não está enfrentando. Ela não dá entrevista porque não tem o
que dizer, a não ser quando é entrevista combinada”, afirmou o
ex-governador.
Segundo Robinson, o Rio Grande do Norte tem a pior gestão do Brasil
no enfrentamento à Covid-19. Para o ex-governador, a atual gestão tem se
aproveitado do “legado” deixado pela gestão dele na área da saúde e da
ação do Governo Federal.
“A governadora gosta muito de falar do governo federal e do governo
estadual passado, que foi o meu. Mas nós implantamos 120 leitos de UTI
no Rio Grande do Norte. Ela quer botar a culpa da sua incompetência no
governo federal, que só fez ajudar, e no governo estadual passado, que
deixou um legado na saúde, que está salvando milhares de vidas. Ela não
agradece, só faz criticar”, afirmou.
Na semana passada, o Governo do RN divulgou que já abriu 309 leitos
específicos para o tratamento de Covid-19 até agora, sendo 182 leitos de
tratamento intensivo e 127 leitos clínicos e de estabilização. Além
destes, outros 36 leitos críticos abertos no município de Natal que
contaram com auxílio do Governo do RN.
Sobre a ajuda federal, o ex-governador do Rio Grande do Norte cobrou
que Fátima Bezerra explique como serão aplicados os mais de R$ 237
milhões que a administração estadual recebeu na semana passada do
governo do presidente Jair Bolsonaro. Robinson também disse que, se não
fosse o auxílio emergencial pago a trabalhadores informais e
desempregados, milhares de potiguares estariam passando fome atualmente
por falta de ação do Estado.
“Os R$ 237 milhões que foram enviados ao Rio Grande do Norte… Conte
ao povo o que está sendo feito com esse dinheiro. O povo não está
passando mais fome porque está recebendo os R$ 600 do Governo Federal. E
ainda quer botar a culpa na União, no presidente. Recebendo dinheiro e
falando mal. Uma chuva de milhões e uma chuva de mentiras”, afirmou
Robinson.
O ex-governador defendeu, ainda, uma reabertura gradual das
atividades econômicas: “A economia tem que rodar. O pai de família não
tem opção a não ser trabalhar e sustentar sua família. Vai morrer de
fome? O RN é o estado que tem a pior gestão no combate ao coronavírus. O
governo é nota zero”.
Apesar da cobrança de Robinson, o dinheiro recebido pelo Governo do
Estado não é uma receita extra. A verba servirá para o Estado compensar a
perda de arrecadação registrada no período de isolamento social forçado
pelo coronavírus. Reportagem publicada pelo Agora RN na semana passada
mostrou que, em abril e maio deste ano, em relação ao mesmo período do
ano passado, o governo Fátima Bezerra teve uma queda de R$ 284,1 milhões
em sua receita corrente.
Polêmica sobre hidroxicloroquina
O ex-governador Robinson Faria se posicionou, ainda, sobre a polêmica em torno do uso da hidroxicloroquina, um remédio conhecido por sua ação contra a malária, no combate ao coronavírus. Ele disse que a governadora do Rio Grande do Norte é contra a ampliação do uso do medicamento apenas porque o presidente Jair Bolsonaro é favorável.
“Ela bota política partidária acima da pandemia. A pandemia não tem
partido político. Deveria ter uma união suprapartidária, e não disputa
de egos, vaidades, mentiras. A esquerda é contra. O povo que morra. O
que vale é ser contra, até contra um remédio que salva vidas”, disse
Robinson.
No mês passado, o Ministério da Saúde incluiu a hidroxicloroquina no
protocolo de tratamento da Covid-19. Na prática, o documento recomenda o
uso do remédio até para pacientes com sintomas leves da doença. A
inclusão da droga no protocolo foi uma ordem do presidente Jair
Bolsonaro ao ministro interino da Saúde, Eduardo Pazuello, após os dois
antecessores no cargo (Luiz Henrique Mandetta e Nelson Teich) se
recusarem a fazê-lo.
No Rio Grande do Norte, a Secretaria Estadual de Saúde Pública
(Sesap) não adotou o mesmo protocolo porque não há estudos científicos
que comprovem a eficácia do medicamento. Algumas pesquisas, aliás,
mostraram que o fármaco é perigoso para pacientes cardiopatas.

Você é o maior cara de pau da história seu moço...
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