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* Justiça torna réu 'guru espiritual' denunciado por crimes sexuais em reuniões de seita em Fortaleza.

A Justiça do Ceará aceitou a denúncia do Ministério Público (MPCE) e tornou réu o guru espiritual Pedro Ícaro de Medeiros, suspeito de praticar uma série de abusos sexuais, físicos e psicológicos durante reuniões de uma seita espiritual em Fortaleza. Apesar disso, o juiz recusou o pedido de prisão preventiva do criador da Comunidade Afago. (Assista na reportagem acima)
As informações foram confirmadas pelo Ministério Público, que acrescentou que irá recorrer da negativa da prisão. Pedro Ícaro de Medeiros foi indiciado na sexta-feira (24), uma semana depois de o caso ser revelado pelo Fantástico, na edição do dia 19 de julho. O líder espiritual nega as acusações.
O MPCE acusou 'Ikky' por violação sexual mediante fraude, crime sexual para controlar o comportamento social ou sexual da vítima, charlatanismo e curandeirismo, na última sexta-feira (24). A acusação foi feita após a conclusão de um inquérito policial pelo 26º DP (Edson Queiroz), da Polícia Civil do Ceará (PCCE).
A defesa de 'Ikky', representada pelo advogado Klaus Borges, afirmou que ainda não teve acesso ao processo. "Pelo que a gente sabe, a denúncia foi feita em relação a charlatanismo, curandeirismo e a fraude sexual. O que corrobora com a nossa tese de que não tinha tido estupro e estelionato", afirma.

Relatos das vítimas

“Não só pra mim, mas para uma roda de pessoas, ele dizia muitas vezes que o p... (órgão sexual) dele era mágico”, disse uma vítima do sexo masculino. Outro homem afirmou que Ikky o obrigou a ter relações sexuais. “Eu estava chorando, sangrando e eu esperava dele um pouco de humanidade. O que ele fez foi tirar minha blusa e colocar minha blusa na minha boca para que parasse de chorar e ele pudesse continuar”.

Já uma mulher, também de identidade preservada, comentou os impactos negativos em sua saúde mental após as vivências no lugar. “Eu entrei na Afago já num momento frágil psicologicamente. E fui ficando cada vez mais frágil e culminou numa crise de depressão muito intensa”.

As acusações também miram a prática de estelionato. Segundo a recepcionista Pamela Magalhães, a única a mostrar o rosto em entrevista ao Fantástico, “a cada semestre ele aumentava o valor desses cursos, tanto que quando eu entrei era R$50 e quando eu saí um determinado curso já era R$ 1.500”.
Outro aluno disse que ao fim do ciclo de aulas, não houve a entrega do certificado. A gente não teve nenhum tipo de certificado, mesmo tendo sido prometido que nós seríamos certificados e poderíamos atuar como terapeutas”.


Versão do acusado

Ao Fantástico, Ícaro disse que no começo deste ano registrou Boletim de Ocorrência alegando ser vítima de calúnia e difamação por parte de pessoas que deixaram a comunidade. O suspeito negou as acusações de estupro. Segundo ele, houve relações sexuais com alguns homens, mas elas eram consentidas.

“Muitas das acusações foram racistas, para ser honesto. Não me chamavam só de mago negro, de magia negra. Eles falavam realmente que eu era um fascista. Houve crimes com relação a isso: a eu ser homem, ser negro e ser gay", contou Ícaro ao telefone acrescentando que só participavam dos rituais pessoas que se apresentavam espontaneamente, contestou Ícaro.
Nossa.
G1
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