Contas de Mato Grosso (TCE), Waldir Teis, desce 16 andares de escada
para se livrar de quase R$ 500 mil em cheques durante o cumprimento de
mandados de busca e apreensão no escritório dele, em Cuiabá, durante a
16ª fase da Operação Ararath, no dia 17 do mês passado.
De acordo com o Ministério Público Federal (MPF), o conselheiro – que
é investigado por corrupção passiva e ativa e lavagem de dinheiro, foi
denunciado pela conduta que levou à prisão preventiva no dia 1º de
julho.
As imagens mostram o conselheiro saindo do escritório dele enquanto os policiais estavam no local.
Teis, que usava máscara, desce 16 andares correndo. A fuga sorrateira
é percebida por um agente da PF, que segue os passos de Teis pelas
escadas.
Quando finalmente chega ao térreo, o conselheiro tira os cheques do
bolso e joga na lixeira no saguão. O agente flagra e observa. Teis não
percebe a presença do policial e é surpreendido. O agente abre e lixeira
e tira fotos tanto dos cheques quanto do conselheiro.
Segundo o MPF, Teis tentou destruir cheques assinados em branco e
canhotos de cheques – jogando-os na lixeira do prédio, depois de descer
correndo 16 andares de escada.
Na investigação, a Polícia Federal e o Ministério Público Federal
identificaram que os cheques são de empresas ligadas à organização
criminosa da qual o conselheiro é suspeito de integrar. Os canhotos dos
cheques somam mais de R$ 450 mil.
Outro lado
O advogado do Waldir Teis afirmou que ele se apresentou à polícia e
que estuda medidas para a liberação dele. Ele está preso no Centro de
Custódia de Cuiabá (CCC).
A prisão, segundo o advogado, foi determinada com base na denúncia do
MPF de que ele tentou esconder documentos da polícia durante a 16ª fase
da Operação Ararath, que foi batizada de Operação Gerion.
O advogado informou que, de fato, ele tentou esconder os cheques e
que a atitude foi impensada. “Havia justificativas para aqueles cheques e
já foram explicados à Polícia Federal. Ele queria mesmo é preservar
seus familiares que estavam sofrendo por conta de todas as acusações e
seu afastamento do TCE”, afirmou.
De acordo com o MPF, quando o conselheiro notou que os policiais se
concentravam em uma segunda sala, o conselheiro recolheu uma série de
talões de cheques com cifras milionárias e outras folhas assinadas, mas
sem preenchimento do valor, que estavam em sala ainda não analisada
pelas autoridades.
A Operação Ararath investiga, desde 2013, a prática de crimes de
corrupção, sonegação fiscal, lavagem de dinheiro e organização criminosa
por conselheiros do Tribunal de Contas do Estado de Mato Grosso.
Além da condenação pela infração de embaraço à investigação, o MPF
requer à Justiça indenização por danos morais coletivos, no valor de R$ 3
milhões, além da prorrogação do afastamento do conselheiro até o
trânsito em julgado da denúncia.
Afastamento
Waldir Teis e outros quatro conselheiros do TCE-MT, Antonio Joaquim,
José Carlos Novelli, Sérgio Ricardo e Valter Albano, estão afastados das
funções desde 2017, após delação do ex-governador Silval Barbosa que
detalhou suposto pagamento de propina aos membros da Corte.
De acordo com Silval Barbosa, os conselheiros exigiram propina para
não prejudicarem o andamento das obras da Copa do Mundo, no estado. Ele
disse ter pago R$ 53 milhões.
Nossa...
G1-MT
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