A
Comissão de Acompanhamento e Fiscalização das Ações Governamentais para
enfrentamento e combate à COVID-19, da Assembleia Legislativa do Rio Grande do
Norte, recebeu, na reunião desta segunda-feira (31), por Sistema de Deliberação
Remota (SDR), o empresário Habib Chalita, que falou do impacto da pandemia nas
relações empresariais, especialmente no setor turístico do estado.
De acordo com o empresário, logo no início, quando a pandemia se
alastrou pelo RN, os estabelecimentos do setor de alimentação e hospedagem
foram imediatamente fechados e passaram por momentos totalmente parados, por
consequência da situação do isolamento, “que foi, sem dúvida, fundamental no
princípio da pandemia”, disse.
“Os números do impacto desse fechamento começaram a aparecer.
Hoje devemos ter cerca de 40 mil desempregados, que envolvem o setor de
alimentação e hospedagem. A grande dificuldade que temos é, ainda, a situação
referente a linhas de créditos para que o pequeno e micro empreendedor possam
reabrir os seus negócios. Por isso, é importante que o estado colabore”,
explicou o convidado. Ele enfatizou a necessidade de que os empreendimentos
trabalhem com segurança, com sanitização e cumprindo os protocolos.
O deputado Francisco do PT (PT) destacou que não é uma situação
fácil para ninguém, nem para governo, muito menos para a iniciativa privada.
“Ao ouvir sua fala, percebo que você aborda toda a preocupação dos impactos que
teve o setor, mas ao mesmo tempo você tem uma visão de preocupação com a vida
das pessoas, porque sem vida não há economia”, falou a parlamentar, que, em
seguida, indagou o convidado a respeito de se está havendo diálogo do setor com
os governos estadual e federal, nesse momento, e que contemple soluções para o
durante e o pós-pandemia.
Habib Chalita respondeu ao deputado Francisco do PT (PT) que foi
aberto um grupo de trabalho entre o governo estadual e o setor produtivo de
imediato, quando começou a situação pandemia. “Participamos e passamos
diretamente para o governo estadual quais eram os gargalos e as dificuldades
que estávamos enfrentando. Com relação ao governo federal, houve decretos e
medidas financeiras, mas também existiram gargalos para se ter acesso a essas
linhas de crédito. Com o passar do tempo, essas questões foram sendo
facilitadas”, justificou.
“Hoje, o setor de turismo terá a recuperação mais lenta de
todas, sobretudo porque precisamos fazer com que a malha aérea do RN possa
funcionar. O importante é que possamos dar as mãos, para que possamos superar
esses obstáculos”, complementou o empresário.
O deputado estadual Getulio Rêgo (DEM) questionou o empresário
Habib Chalita se haveria alguma pauta específica, a nível local, do ponto de
vista de tributos, agência do fomento, para formular ao governo do estado nesse
momento.
O convidado informou que está havendo o acesso de créditos aos
pequenos e micros empreendedores, mas alguns não conseguem ainda porque
precisam se regularizar para concluir cadastro, já que são, geralmente,
trabalhadores informais. “Eu ainda estou aguardando um retorno com relação à
situação desses cadastros”, falou.
O deputado Tomba Farias (PSDB) lembrou que o turismo e a cultura
foram os setores mais atingidos com essa pandemia. E opinou que acredita que o
governo federal, desse ponto de vista, está fazendo a parte dele de ajudar a
esses setores. E, então, perguntou ao empresário se ele poderia mensurar um
montante de recursos que seriam necessários para recuperação do setor turístico
no Rio Grande do Norte. Habib Chalita respondeu que a previsão é que em outubro
se possa ter um número exato do impacto da pandemia no setor.
O parlamentar que preside a Comissão do coronavírus, Kelps Lima
(SDD), por sua vez, chamou atenção para a falta de inovação dos empreendedores
para se adaptarem aos novos tempos. “Acredito que as relações sociais, de
consumo e empresariais já sofreram transformações profundas e que muitas não
voltarão ao estado anterior. Uma das minhas preocupações é que vejo muita gente
olhando para o passado e não olhando para o futuro, sem fazer, portanto,
leituras modernas dos processos. Eu sinto falta de criatividade. Uma das
medidas nesse instante, por exemplo, seria o governo do estado investir a verba
da comunicação na reativação da economia do RN, na ativação do turismo
regional. Se o turista de São Paulo não vem ao Rio Grande do Norte, o turista
de Santana do Matos pode vir a Natal. O turismo interno é o mais seguro”,
falou.
Com relação à verba da comunicação do governo do estado, Habib
Chalita informou que foi feito um levantamento de que o turista que vai vir
para o RN, no período imediato pós-pandemia, não virá de avião, mas de carro.
“Solicitamos ao governo estadual que fizesse uma mídia voltada para os
entornos, para os Estados vizinhos, para que possam vir para cá. Nós sabemos
que essas cidades estão à procura de fazer turismo. O RN conseguiu tirar o selo
de turismo seguro, então até o final de 2020 é fazer uma divulgação nesse
sentido. O setor privado está se responsabilizando por toda a sanitização nesse
momento”, concluiu.
O deputado Kelps Lima (SDD) informou que fará um requerimento
nesse sentido, para direcionar a verba de comunicação do estado para o setor
turístico.
Comissão...
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