Luiz
Inácio Lula da Silva (PT) e Jair Bolsonaro (sem partido) estão em espectros
opostos no mapa político nacional. Contudo, para Marcos Henrique Barros
Pereira, 37 anos, pré-candidato a vereador em Santa Maria da Vitória, no
interior da Bahia, é possível uni-los se o objetivo for atrair eleitores. É a
estratégia “bolsolula”.
Mas
a estratégia de Neguinho para alavancar a pré-campanha pode ser irregular, uma
vez que a montagem que ele encomendou a um amigo pode ser interpretada como
tentativa de ludibriar eleitores, ao sugerir que detém o apoio de candidatos
antagônicos.
O advogado especialista em
Direito Público e mestre em Direito Constitucional Hélio Deivid Amorim
Maldonado afirma que a jurisprudência do Tribunal Superior Eleitoral (TSE)
sobre as vedações que incidem sobre a propaganda eleitoral no processo
eleitoral incidem também sobre a propaganda em pré-campanha.
“Nesse diapasão, na
propaganda de pré-campanha não devem ser empregados ‘meios publicitários
destinados a criar, artificialmente, na opinião pública, Estados mentais,
emocionais ou passionais’. No caso do pré-candidato Neguinho, é certo que o
mesmo quer ludibriar o eleitorado com sua indevida propaganda, ao induzir que a
um só tempo detém o apoio de Lula e Bolsonaro. Uma apropriação indébita de
capital político não misturável”, disse Maldonado.
A ideia foi inspirada em
outro santinho que ganhou a internet a partir de Santa Cruz, no Rio Grande do
Norte.
Existem os malas, e existe o "Neguinho" seu moço.
Estadão
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